Conheça o corredor de 55 anos que já participou de cerca de 300 corridas. Ele é O Corretor Corredor. Já participou de cãominhadas vestido de cachorro, da corrida da turma da Mônica vestido de Cebolinha, de corridas femininas com saia de tule, e na corrida do dia do trabalho ele foi de pedreiro e sem esquecer da sua característica gravatinha, que não pode faltar nas corridas em que ele não está fantasiado.
Como tudo você entrou no universo da corrida?
Em 2010, com 49 anos, eu estava pesando 83 kg e era extremamente sedentário. Um dia um amigo me convidou para fazer uma corrida, eu achei uma ótima ideia e aceitei na hora, já que quando era novo eu costumava correr. Me inscrevi e esperei a prova chegar. Na véspera da corrida fomos ao museu do Ipiranga, em São Paulo, retirar o kit de participação, até então era tudo novo para mim. Cheguei em uma arena, com tudo montado, recebi a camiseta, o número de peito e participei de uma série de atividades no local. Fiquei maravilhado e aguardando o dia seguinte, que era o grande dia.
Chegou o domingo, nós tínhamos feito a inscrição para a caminhada e não para a corrida. Porém decidimos correr na caminhada mesmo. Quando chegamos lá, às 7h30, vimos o pessoal da corrida passar pela gente. Foi lindo, você sente uma energia ótima. Depois que todos passaram nós fomos para a largada, às 8h30 nós largamos. Até que ensaiamos algumas corridas, mas nada sério. Fizemos os 3 km em 38 minutos, marca “fantástica”. Hoje faço 5 km em 30 minutos, mas para quem estava sedentário foi uma conquista. Quando estava perto da chegada parecia que meu corpo estava todo pulsando. Foi incrível, nunca havia sentido isso. Ao chegar, a única frase que me veio a cabeça foi: “Eu me sinto vivo”. Cheguei vivo e me senti cada vez mais vivo.
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Como nasceu O Corretor Corredor?
Quando cheguei em casa após essa minha primeira corrida decidi criar um blog. Mas eu precisava dar um nome, pensei em muitas opções mas não achava um nome. Fiquei pensando e de repente me veio uma ideia, eu já era corretor de seguros e meu hobby a partir daquele momento era ser corredor de rua, então resolvi juntar e criei corretor corredor. Mas ainda não estava satisfeito, pensei: quantos corredores de ruas existem? Milhares. E quantos corretores de seguros? Outros milhares. Quantos corretores de seguros podem ser corredores de rua? Algumas centenas talvez.
Aí eu me lembrei do artigo definido masculino “o”. Então criei o blog “O Corretor Corredor” e ali comecei a alimentá-lo não com a minha rotina ou minhas corridas, e sim com informações sobre corrida que serviriam a todos, e assim meu blog ganhou forma.
A partir daí, eu continuei sendo um corredor normal, retirava kit, corria, recebia medalha e era isso. Em 2011 eu passei a achar que a corrida é uma pouco mais que isso de correr, ganhar medalha e ir para casa. Queria fazer algo diferente, passei a ver algumas que algumas pessoas corriam fantasiadas e comecei a pensar nisso. Mas apesar de fantasiado, eu nunca quis esconder meu rosto, queria que as pessoas vissem que eu sou uma pessoa normal. De repente eu acabei encontrando uma camiseta com uma gravatinha e passei a ir com ela nas corridas. Nessa corrida, o pessoal me olhava como se eu fosse um et por estar de gravatinha, quando você vai fantasiado, as reações das pessoas são as mais diversas possíveis.
Pensando naquela história de que a corrida é simplesmente correr e pegar medalha, eu comecei a brincar, tirar foto, fazer caretas. Sempre pedia para tirarmos fotos. Então criei contas no youtube, instagram e twitter; hoje tenho até linkedin. Estou em todas as mídias sociais. Foi aí que passei a ficar conhecido e ser reconhecido por aí.
Consegue muitos clientes com seu título de O Corretor Corredor?
A minha ideia nunca foi focar na venda da minha profissão, mas tenho sim muitos clientes que são do mundo da corrida. Porque corredores são tipos variados pessoas, a corrida abrange muitos públicos. É uma gama de faixas etárias e de profissões e como eu trabalho basicamente com saúde, vida e previdência eu posso atender todas essas faixas etárias.