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Além de emagrecer, malhar ainda ajuda a reduzir a fome

Malhar não só induz um aumento no gasto energético, como também ajuda o organismo a ter sensação de saciedade e emagrecer

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Foto: Shutterstock

O número de benefícios de malhar, deixando a preguiça de lado, parece só aumentar. Há muito tempo já se sabe que esse hábito aumenta os músculos e melhora o funcionamento do coração, do pulmão e até mesmo dos ossos. E, que auxilia a emagrecer.

Porém, estudos mostraram que malhar não ajuda apenas a perder peso porque leva ao aumento do gasto calórico. Fazer exercício também tira a vontade de comer.

Segundo pesquisa da American Journal of Physiology, do grupo americano da Universidade do Colorado, em Denver, EUA, a atividade física não apenas reduz o apetite, mas leva à queima de gordura antes da queima de carboidratos. “Gastar a gordura primeiro e estocar o carboidrato para usá-lo depois diminui a chance de os quilos perdidos voltarem e minimiza o risco das pessoas se empanturrarem de comida porque o cérebro passa a receber sinais de que o corpo está saciado”, disse o pesquisador Paul MacLean, autor do estudo.

A maior parte das pessoas, diz o pesquisador, acha que emagrecer é simples: basta que as calorias consumidas sejam menores do que as gastas. “Olhando de perto, é um processo muito mais complexo do que isso”, garante. Animais comem ou deixam de comer de acordo com os sinais biológicos que levam ao aumento ou à redução do apetite. “Só que no homem, os avisos que controlam o consumo de alimentos são muito mais fracos. O ser humano é levado a comer (ou não) muito mais por pressão psicossocial e ambiental. Depois de uma dieta, no entanto, esses sinalizadores metabólicos se tornam importantes, quer dizer, aqueles avisos se traduzem em fome o tempo todo, levando a pessoa a querer comer mais do que o corpo precisa. Ficar com fome depois de um regime muito restritivo é um dos motivos pelos quais as pessoas voltam a engordar. Boa parte delas não consegue ignorar essa pressão psicológica e é “biologicamente” levada a se jogar na comida depois de ter sofrido muito para perder alguns quilos. Por isso, a maior parte das pessoas volta a ganhar peso depois de um regime pesado”, explica MacLean. Segundo ele, inúmeras pesquisas já mostraram que a grande maioria dos indivíduos que consegue manter o peso depois de uma dieta incluiu atividade física, como malhar, em seu dia a dia.

Outro estudo brasileiro, antigo, mostrou que o exercício faz com que o corpo envie sinais ao cérebro para que ele coma menos. “Acreditava-se que a atividade física faz emagrecer porque o corpo gasta mais calorias do que consome. Estamos mostrando um outro aspecto: ela também faz com que a ingestão de calorias diminua”, diz Eduardo Ropelle, pesquisador da Unicamp e do Instituto de Obesidade e Diabetes, em Campinas, SP. O trabalho de Ropelle envolveu dois hormônios já bem conhecidos da ciência: a insulina e a leptina. São esses sinalizadores químicos que dizem ao cérebro quando parar de comer. De acordo com o pesquisador, a obesidade envolve um círculo comportamental: quanto mais se come, mais se quer comer.

Ela também leva esses hormônios a perderem a capacidade de regular o apetite, dificultado para quem precisa emagrecer. Animais obesos submetidos a uma única sessão de atividade física intensa fez com que os sinalizadores voltassem aos níveis normais, e o efeito durou de 12 a 16 horas.

Os hormônios chave para emagrecer

O corpo fabrica vários hormônios que ajudam a regular o apetite e a saciedade. Os mais importantes deles são a grelina, descoberta pelos japoneses em 1999, e o PYY (peptídeo YY), descoberto mais ou menos 25 anos atrás. Eles atuam em uma região do cérebro chamada núcleo arqueado, por mecanismos que têm ações totalmente opostas, quer dizer, um estimula o apetite, o outro, a saciedade. Quanto o estômago está vazio, ele libera grelina. Ao estimular o centro da fome, ele manda ao corpo um sinal claro: está na hora de comer.

Mas, à medida que enchemos o estômago de comida, ela começa a ser digerida e passa para o intestino, outro hormônio passa a agir: o PYY. É ele que estimula o centro da saciedade, enviando um sinal para que paremos de comer. O centro cerebral de saciedade leva mais tempo para ser ativado. É preciso dar um tempo até que o hormônio fabricado pelo intestino chegue até ele levando o sinal para pararmos de comer. Por isso, para emagrecer, é preciso também comer vagarosamente.

Dois outros hormônios ajudam a controlar o peso a longo prazo: a insulina e a leptina. Produzida pelas células do pâncreas, a insulina – o hormônio envolvido no diabetes – inibe o apetite. Obesos têm menor sensibilidade à insulina, por isso, têm um apetite maior. Produzida pelas células gordurosas (tecido adiposo), a leptina estimula o centro de saciedade e avisa o cérebro como anda o estoque de gordura do corpo. Quando uma pessoa emagrece, as células de gordura diminuem de tamanho, cai a produção de leptina e a fome cresce.

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