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Quem treina pode beber? Entenda o que acontece com o organismo

Esse é mais um tópico desmistificado em relação ao consumo de álcool com atividade física

Beber
Beber - Shutterstock

Há muitas pessoas que fazem questão de manter uma atividade física regular em qualquer horário do dia e no fim de semana. Contudo, muitos também apreciam socialmente a vida boêmia e ficam com receio sobre essa escolha. Afinal, quem treina pode beber? Entenda

Respostas, currículo e recomendação

“Depende dos objetivos. Para quem busca uma composição corporal saudável, com percentual de gordura intermediário (próximo a 20% de gordura), é possível consumir bebida alcóolica junto ao treino e alimentação equilibrada. Para quem busca maior definição muscular, um percentual de gordura reduzido (mais próximo a 10% de gordura), é necessário fazer escolhas e evitar ao máximo o consumo de bebida alcóolica. Principalmente se houver o perfil genético mais desfavorável para a detoxificação e controle inflamatório”, afirma o Dr. Pedro Andrade em entrevista exclusiva para o Sport Life.  

O Dr. Pedro é um dos pioneiros em medicina de precisão no Brasil e entusiasta da medicina funcional. É pós-graduado em nutrologia, endocrinologia e envelhecimento saudável, com cursos de extensão em nutri genética e medicina de precisão na Universidade da Carolina do Norte – Chapell Hill, nos Estados Unidos.

O doutor também acusou que os principais efeitos para quem vai beber antes do treino são a menor disposição física e mental, menor rendimento nos treinos e perda de massa muscular.

Questionado sobre qual consumo de álcool que não afeta no treinamento, Andrade responde que 30 g de álcool não atrapalha, ou seja, essa quantidade é em média duas taças de vinho ou 660 ml de cerveja por semana. Agora o que não dá para definir é que a cerveja engorda.

“Não podemos afirmar que cerveja engorda sozinha, porém ela aumenta a produção de fatores inflamatórios, que favorecem o acúmulo de gordura corporal. Considerando ainda que muitas pessoas já carregam risco genético para ter menor eficiência na queima de gordura, controle inflamatório e comportamento alimentar, a cerveja pode afetar ainda mais a composição corporal”, complementa Pedro.

Tema em evidência

É o assunto que merece o cuidado tanto da população brasileira quanto da mundial. O periódico estadunidense “Medicine & Science in Sports & Exercise”, do Colégio Americano de Medicina do Esporte, divulgou o seu estudo em dezembro de 2021, que analisa a interação da bebida alcóolica com o modo fitness e atividade física.

Essa experiência foi feita com 40 mil pessoas e detectou que homens e mulheres em plena condição física lidam com aumento de duas chances de ingerir bebida alcóolica em pequena ou alta quantidade do que um sujeito que se encontra fora de forma.

São vários trabalhos relacionados a esse tema que ilustram que as pessoas devem sempre estarem atentas ao consumo de álcool. Ainda mais nessa época de fim de ano em que entre uma festa de natal ou de réveillon é o tempo ideal para cometer aqueles “escapadinhas” na hora de comer e beber.

Simulação

Vamos supor que há dois tipos de sujeitos:  o “x” pratica atividade física e não deixa de tomar bebida fermentada (cerveja e vinho). Já o “y” faz exercícios também, mas não escapa de um destilado (vodka, whisky e gin). Quem leva a pior nessa situação é o sujeito x e Pedro Andrade explica o motivo.

“O sujeito x. Pois na maioria das vezes quando consumimos bebidas fermentadas, como cerveja, consumimos maior volume. Apesar de destilados possuírem maior percentual alcóolico, tendemos a consumir menor quantidade e dilui-los com outras bebidas não alcóolicas”, responde.

Prejuízos

Não importa a modalidade, isto é, quem não sabe beber corre o sério risco de desperdiçar tudo aquilo em que se dedicou na sua atividade. Portanto, a recomendação ainda redobra para o caso de quem convive com o perfil genético. Pedro também detalhou como álcool afeta nos treinamentos.

“O álcool afeta em vários pontos: quando bebemos, ficamos mais permissivos quanto ao comportamento alimentar e, por isso, afeta as escolhas alimentares o que afeta o rendimento nos treinos”, explica.

“Quem tem o perfil genético que acarreta menor eficiência dos processos de detoxficação, tem dificuldade para eliminar o álcool circulante. E tende a sofrer mais efeitos colaterais, como a famosa ressaca. A má eliminação do álcool afeta o fornecimento de energia física e mental. Prejudicando o rendimento nos treinos, estimulando processos inflamatórios e a composição corporal”, encerra.

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