Loucura? Doideira? Nada disso! Correr de costas pode ser muito bom para quem está querendo emagrecer. Além disso, possibilita uma melhora no desenvolvimento do ritmo, da consciência espacial, da lateralidade, do equilíbrio e da coordenação, ajudando não apenas a corrida. Se animou com a possibilidade? Então, confira nossas dicas!
“A corrida de costas pode ser encarada como um complemento para o futebol e o tênis, esportes que usam muitos deslocamentos para trás durante a partida. Em relação à corrida, ela ajuda a desenvolver equilíbrio muscular, o que favorece a coordenação e o controle corporal”, diz Renato Dutra, diretor da Tribo em Forma.
“Quando você faz apenas movimentos para frente, você mostra ao músculo o que ele já está acostumado a fazer. Quando fazemos o oposto, no entanto, aplicamos uma atividade que requer melhor e maior organização neuromuscular do corpo”, diz Pablo Galletto, professor de educação física.
Gasto calórico extra
Mais uma boa notícia: correr de costas gasta 15% mais calorias do que a corrida com a qual você está acostumado. “Por ser uma atividade mecanicamente inusual, ela demanda mais força e recruta vários grupos musculares que não estão acostumados a trabalhar intensamente, fazendo com que ocorra maior gasto de energia”, ressalta Galletto. A prática melhora, ainda, as condições cardiovasculares, como mostrou pesquisa feita pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM). Segundo o estudo, o movimento para trás feito com o auxílio de bicicletas ergométricas e elípticos faz com que a pessoa ganhe, também, melhores condições cardiovasculares quando comparado a indivíduos que realizam o movimento para frente.
Assim como a corrida “para frente”, correr de costas trabalha bastante as coxas. “A musculatura do quadríceps é trabalhada com mais intensidade porque ela passa a agir como propulsora. Já a panturrilha, os posteriores da coxa e os glúteos agem como estabilizadores, inversamente ao que ocorre na corrida”, ensina Dutra.
Além disso, as articulações dos joelhos são menos comprimidas, já que a distribuição do impacto da pisada acontece de forma diferente. “Os pés tocam o solo principalmente com a ponta. Dessa forma, o joelho fica semi-flexionado e o quadril tem um movimento harmonioso, o que não ocorre durante a corrida tradicional”, garante Galletto.
Benefícios à parte, é preciso um certo cuidado e atenção na hora de começar a praticar. “Quando se começa a executar a corrida de costas, é comum que o praticante sofra várias ‘quedas controladas’, relativas ao deslocamento do seu centro de gravidade para trás”, alerta Galleto.