Dormir é de extrema importância para o bem estar humano. E, aproveitando que hoje, dia 19 de março, é o Dia do Mundial do Sono, vamos reforçar a importância dele para nossa saúde.
“Dormir é mais importante do que se alimentar, fazendo um comparativo justo, que não seja ficar sem comer. É um um reset no cérebro, o momento em que ele se aprimora, fazendo, inclusive, sua limpeza e repondo energia”, conta o neurocientista Fabiano de Abreu, autor do estudo ‘Dormir pouco ou tarde causa disfunções que acarretam em doenças, envelhecimento precoce e morte prematura’, publicado na revista científica Brazilian Journal of Development.
“Contudo, não pense que ele fica totalmente apagado, pois está processando as memórias ao longo do dia. Quando dormimos, há reparos celulares com oxigênio, glicose e a limpeza de dejetos. Entretanto, quando não há este processo, as reações dos órgãos a estímulos e instruções ficam debilitadas. Exemplo da adenosina, envolvida na regulação de importantes mecanismos no Sistema Nervoso Central e no sono, que se acumula e intoxica o sangue, diminuindo o ritmo da pessoa”, emenda.
A falta de sono ou da qualidade dele está, muitas vezes, associada a outras doenças. “O déficit tem sido associado com o maior risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, obesidade, doenças cardiovasculares e depressão”, emenda.
Manter boas noites de sono acarreta uma série de benefícios, tanto físicos como mentais. “Uma boa rotina mantém a boa imunidade, melhora a concentração, memória, humor, criatividade, disposição e controle do estresse. São necessárias de 7 a 8 horas, conforme cada organismo. Privar o sono, no entanto, como consequência da disfunção dos neurotransmissores, pode resultar em inúmeras doenças provenientes do sistema imunológico debilitado, ou danos cerebrais. Humor e sono usam os mesmos neurotransmissores e, por isso, privar o sono causa os sintomas da depressão”, indaga.
Dá para compensar o sono?
Há ainda alguns mitos sobre o sono que devem cair por terra. Uma noite perdida, está para sempre perdida.
Abreu alerta que “há quem pense que compensar o sono, resolve. Mas isso não é verdade já que, a noite é feita para dormir e não o dia, por isso temos a melatonina relativo ao escuro e à serotonina relativa à luz. Para compensar uma noite mal dormida, devemos dormir diversas outras noites bem dormidas para o equilíbrio regulando o ciclo circadiano”, pontua.
Dormir é um dos pilares para uma saúde sustentável, para o bem estar físico e mental.
“O resultado de noites mal dormidas é a disfunção em nossos neurotransmissores, descontrolando assim todo um processo biológico responsável por nossa saúde e bem-estar geral. Acarretando em doenças em diferentes períodos da vida, causando envelhecimento precoce e, por fim, levando à morte prematura”, encerra.