21 de setembro é conhecido tanto nacionalmente quanto mundialmente como Dia do Alzheimer. E, nesse sentido, são divulgadas com ênfases as informações sobre os famosos sintomas e tratamento. Além disso, o médico neurologista do Hospital Sírio-Libanês Dr. Eli Faria Evaristo vai valorizar nesta data o exercício físico em entrevista exclusiva para o Sport Life.
O destaque do exercício físico no Dia do Alzheimer
“Atividade física aeróbica é algo que ajuda na saúde mental e na saúde como um todo. Aparentemente, os benefícios decorrem de diversos mecanismos. Como melhora no fluxo sanguíneo cerebral, modulação de fenômenos inflamatórios, modulação do acúmulo de proteína beta-amiloide. E modulação na produção de outras substâncias importantes para o bom desempenho do cérebro”, disse o Dr. Eli Faria.
Dessa forma, o neurologista pontuou que os exercícios físicos indicados para idosos são os treinamentos aeróbicos e de resistência com intensidade moderada. Com duração mínima de 45 minutos por pelo menos três vezes na semana, o que torna-se benéfico para a parte cognitiva.
Evaristo ainda compartilhou na sequência que há diversas teses sobre o impacto do exercício físico para um portador de Alzheimer. Isto é, houve alguns estudos embasados em alterações estruturais do cérebro e não especificamente no desempenho cognitivo.
“De qualquer forma, esses estudos mostraram benefícios após períodos variados de atividade física aeróbica, como seis meses, um ano e três anos. Assim, é razoável admitir que atividade física aeróbica traga benefício, mas o período mínimo de atividade, bem como o melhor programa de atividade, incluindo intensidade, periodicidade e duração são questões não plenamente definidas”, esclareceu.
O que acelera o Alzheimer?
Há potenciais gatilhos e agravantes, que são multifatoriais nessa doença degenerativa, o que pode surgir sem a existência desses potenciais, mas que de qualquer forma contribuem para um processo degenerativo intenso.
“(Acelera o Alzheimer) A presença de fatores de risco cardiovasculares, como pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo, obesidade, sedentarismo e alcoolismo são fatores agravantes, bem como outras doenças, que também agravam o desempenho do cérebro, como apneia do sono, hipotireoidismo, infecções crônicas, doenças cardíacas, renais e hepáticas”, detalhou o médico.
Quais são as outras formas de combate e prevenção ao Alzheimer?
“Nenhum tratamento específico para a prevenção da doença de Alzheimer está disponível neste momento. Com respeito ao tratamento da doença de Alzheimer propriamente, os medicamentos disponíveis habitualmente são medicamentos sintomáticos na tentativa de auxiliar temporariamente na melhora do desempenho da memória, mas não têm poder de intervir no processo patológico, que ocorre no cérebro”, concluiu o Dr. Eli Faria Evaristo.
Dados
1,2 milhão de pessoas com Alzheimer e 100 mil novos casos diagnosticados anualmente correspondem às estimativas recentes do Ministério da Saúde. Já os cálculos da ADI (Alzheimer’s Disease International) mostram que os números poderão chegar a 74,7 milhões em 2030 e para 131,5 milhões no ano de 2050