Texto: Giovanna Cornélio, 20 anos, estudante e aspirante a corredora
Sempre procurei levar uma vida ativa, na medida do possível. Quando era pequena saía para andar de bicicleta com meu pai todo final de semana. Usava as aulas de educação física na escola para tentar descobrir algum esporte em que fosse habilidosa, mas fracassei em todas as tentativas. Já na faculdade, tentei natação. Primeiramente para aprender a nadar e em seguida poder experimentar a sensação de “flutuar sobre as águas” que alguns amigos me falavam. Depois de tanto respirar e engolir água, cheguei à conclusão de que sobreviver ao cair em uma piscina mais funda já era o suficiente para mim.
+ Corrida depois dos 40
+ Blogueira usa corrida como motivação e vence câncer de mama
Um dia estava voltando para Bauru após passar as férias na casa dos meus pais, me deparei com a Avenida Nações Unidas interditada para a realização de uma corrida. Meus olhos brilharam e me vi no lugar daquelas pessoas. Coloquei na minha cabeça que no próximo evento eu estaria ali correndo. Mas os treinos não entraram como prioridade na rotina e acabei perdendo o ânimo para correr. Durante a greve da faculdade, duas colegas de sala começaram a correr e vi o quão bem elas estavam. Quis voltar a treinar. Me inscrevi para o próximo evento sem saber se conseguiria correr ele todo, pois eram 6km e durante os treinos eu intercalava corrida com caminhada.
Conversei com uma amiga que sempre me inspira e ela me encorajou. Também me indicou quais alimentos comer antes da prova, depois da prova e disse que não tinha problema se eu caminhasse uma parte, afinal era meu primeiro evento. Com três semanas de treino, cheguei no dia da prova e disse a mim mesma que aquele era o meu momento. Corri o percurso todo e na linha de chegada me senti a pessoa mais incrível desse mundo. Desde então, não parei mais.
Coloquei os exercícios e os treinos como parte da minha rotina diária. Fui aumentando as distâncias e diminuindo o tempo, tentando sempre levar uma vida balanceada. Ao fim de cada treino me sinto leve, confiante e mais segura. Encontrei na corrida um meio de extrapolar meus limites e sempre tentar ir mais além, sair da minha zona de conforto. Sei que ainda tenho muito o que evoluir, mas a cada dia vou me descobrindo e renovando meu fôlego para o próximo passo. Pretendo correr minha primeira São Silvestre este ano, com a única certeza de que ao fim da prova me sentirei realizada.