A dor na coluna está entre as principais causas de ausência ao trabalho e de afastamentos pela Previdência Social, liderando as aposentadorias por invalidez ocupam também o segundo lugar entre as queixas dos brasileiros.
Os números mostram como a situação clínica afeta de forma relevante a qualidade de vida dos brasileiros. Segundo pesquisa do IBGE, cerca de 18,5% da população sofre com dores crônicas na coluna. Dores crônicas são aquelas que são agudas e que os episódios retornam de tempos em tempos e que podem ser tratadas e prevenidas.
É preciso que o organismo aprenda a criar mecanismos para reagir as causas do problema, e não há como tratar uma pessoa que sofre com as principais dores ortopédicas sem ir a fundo na reeducação postural e também da mudança de hábitos.
Cadu Ramos, fisioterapeuta clínico, conta que ao se abaixar para pegar algo no chão, ao se sentar, ao manusear o computador e o celular, treinar, caminhar e até carregar a bolsa deve ser feito com percepção. “Quando uma pessoa aprende sobre seu corpo o auto cuidado nasce naturalmente, e os hábitos errados vão sendo corrigidos”, diz.
Para Bianca Viela, mestre em fisiologia do exercício, o tratamento também deve ser feito de maneira a ensinar o corpo a se movimentar depois de tratada a lesão. As dores crônicas podem demorar a aparecer, mas, de dores sazonais, tornam-se crônicas rapidinho pela sobrecarga nas vértebras que podem ocasionar um problema bem maior. Por isso, para reverter esse quadro, os especialistas concordam que alguns exercícios importantes de alongamento e alinhamento postural podem por um fim ao problema de uma vez por todas.
Pescoço, ombros, braços e costas são sempre os primeiros a serem afetados pelas dores crônicas. “Os ombros sofrem os primeiros sinais do excesso de peso que sobrecarrega a musculatura e as articulações da região, causando processos inflamatórios e, em casos mais graves, até artrose”, diz Cadu.
Com a postura incorreta, os músculos do pescoço ficam tensos e doloridos e esse incômodo pode se estender para outras regiões, como a cabeça e promover até a cefaleia tensional. “Essa dor ainda pode irradiar para os braços e punho porque quando o peso da bolsa comprime esses nervos, gera desde inflamações até dormência e formigamentos. E por fim, as costas é acometida porque um dos lados é mais exigido”, afirma Bianca.
Alguns exercícios de manipulação e alongamento podem ajudar, além de compressas frias ou quentes – dependendo da lesão e da dor. Isso porque a bolsa quente relaxa a musculatura, já os quadros mais agudos são tratados com gelo. Mas, essa decisão só pode ser tomada por um especialista, nunca em casa.