Há quem diga que a corrida é o mais democrático dos esportes. Afinal, seja focando as competições, o emagrecimento ou a simples socialização, amadores e atletas profissionais podem ter acesso ao bem-estar físico e mental – e tudo isso sem grandes investimentos. No entanto, apesar das facilidades, engana-se quem pensa que, para melhorar a qualidade de vida, basta calçar um tênis, vestir uma roupa confortável e sair correndo por aí. É importantíssimo tomar algumas precauções para garantir uma evolução contínua, mas com muita segurança e sem exageros, visto que acelerar o volume e a intensidade dos treinamentos potencializa a incidência das temidas lesões.
Assim, como qualquer outro esporte, a prática exige orientação e acompanhamento de um profissional, conforme alerta o Dr. Nemi Sabeh Junior, coordenador do Centro Avançado de Medicina do Esporte, do Hospital Samaritano de São Paulo. “Praticar qualquer esporte sem o devido acompanhamento pode trazer prejuízos diversos para o esportista. No caso da corrida, as áreas do corpo mais afetadas são os joelhos, pernas, pés, tornozelos e coluna”, afirma o especialista.
Tipos de lesões
Os malefícios são divididos em duas classificações: os de sobrecarga e as entorses. No primeiro caso, os problemas surgem devido aos treinos excessivos e sem preparo, força ou descanso. “ A principal causa de problemas ortopédicos relacionados à corrida são os excessos, como no caso de mudanças de treinos e adição de treinos intervalados, ou seja, os famosos tiros na corrida”, explana Dr. Nemi. Entre as lesões de sobrecarga mais comuns estão a tendinite no tendão calcâneo, a fratura por stress, a osteotite do púbis, o joelho de corredor e a perostite tibial.
Caso seja acometido por alguma contusão, o indivíduo deve suspender os exercícios e focar no tratamento. “No caso de uma fratura por stress, devemos evitar o exercício e esperar a fratura consolidar para o retorno aos treinos” explica Dr. Nemi. Em relação à tendinite, a recuperação passa por diagnóstico para entender qual é o músculo afetado e a harmonia de movimentos entre as articulações. Já quanto à osteotite do púbis e traumatismos nos joelhos, a situação é mais delicada e demorada. “O tratamento completo é fisioterápico. O profissional da área pode utilizar suas ferramentas de tratamento para analgesia e reforço muscular”, elucida o Dr. Nemi.
Por sua vez, as lesões por entorses ocorrem devido à desatenção sobre a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, além da força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais. “Esse tipo de problema costuma acontecer também com quem não trabalha fortalecimento muscular, ou quem tem o hábito de correr em terrenos irregulares”, diz o especialista. Em alguns casos, dependendo da gravidade do entorse, o treino deve ser interrompido para o tratamento.
Texto: Bruno Ribeiro / Consultoria: Dr. Nemi Sabeh Junior, coordenador do Centro Avançado de Medicina do Esporte, do Hospital Samaritano de São Paulo.
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