Algumas provas reinam como líderes absolutas de presença de brasileiros no exterior. A escolha pode levar em consideração uma série de fatores, como beleza do percurso, rapidez do trajeto ou proximidade geográfica. Porém, uma coisa todas elas têm em comum. Sem exceção, são reconhecidas pela ótima organização e estrutura oferecidas ao atleta. Saiba quais são as 5 maratonas favoritas dos brasileiros no exterior!
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Berlim
Em 2013, quase 600 brasileiros se enfileiraram para uma das provas mais importantes – e rápidas – do mundo, a maratona que atrai la crème de la crème de quenianos e etíopes em busca de recordes e da vultosa premiação. Seu percurso plano, aliado à condição climática sempre favorável, é palco de recordes mundiais na distância e atrai mais de 40 mil corredores todos os anos. “Foi uma das provas mais incríveis que já participei. Ela foi escolhida porque meu objetivo era melhorar meu tempo, e realmente o percurso facilita, pois é completamente plano. A estrutura da prova é perfeita, com organização impecável. As pessoas tomam as ruas da cidade e há uma banda a cada 500 m. Outro ponto destacado é a feira na retirada de kit. Vale reservar um dinheiro extra para aproveitar as novidades e produtos com preços bons”, conta a educadora física Isadora Martins, de Presidente Prudente (SP).
A Expo, de fato, vale boas horas de visita aos mais de 190 expositores com tudo que se pode imaginar relacionado ao esporte. Bem organizada, a prova tem largada em ondas e passa por pontos belíssimos da capital alemã, como o Parlamento e a Catedral. A largada e a chegada são próximas ao imponente Portão de Brandemburgo.
Ao fim, chuveiros e tendas para trocar a roupa. E, é claro, como não poderia faltar na capital alemã, cerveja! Também merecem destaque os eventos paralelos, como o Breakfast Run e a famosa Inline-Skating, uma maratona de patins que reúne os melhores do mundo.
Buenos Aires
Entre os 8 mil concluintes dos 42 km da capital portenha em 2013, havia cerca de 600 brasileiros. Bem organizada e com 11 postos de hidratação, leva, não à toa, o título de maior maratona do Hemisfério Sul.
O funcionário público Guilherme Costa Tacco, 38, de Campinas (SP), aprovou a corrida. “Gostei de tudo, mas algumas coisas me chamaram a atenção, como a retirada do kit. Tudo bem organizado: vários estandes de interatividade, nome do atleta na camiseta de prova, fotos tiradas pelos patrocinadores, teste de pisada, venda de acessórios e distribuição de brindes. Gostei também do suporte de frutas e líquidos durante o percurso. Organização bem preparada para a quantidade de participantes.
Durante a maratona, o tempo esfriou, porém, na chegada, a equipe recebia cada atleta com uma capa de alumínio. Achei importante essa preocupação e recomendo essa corrida, pois, além de ser uma das mais conhecidas da América do Sul, é no país vizinho, portanto, de mais fácil acesso se comparada a outras grandes da Europa e EUA”, diz. Não é preciso dizer também que o pós-prova mais do que merecido é repleto de deliciosos alfajores de dulce de leche.
Nova York
Entre a multidão de 50 mil pessoas na Big Apple, 433 brasileiros cruzaram a linha de chegada em 2013. E esse número só não é muito maior devido à dificuldade de inscrição. Para participar, é preciso enfrentar uma loteria disputadíssima, ou reservar pelas agências credenciadas pagando um pouco a mais, mas mesmo essas vagas esgotam-se rapidamente. A prova, vale lembrar, é também a queridinha dos famosos, e é uma chance de correr ao lado de Pamela Anderson, da cantora Alanis Morissette e dos atores Edward Norton e Katie Holmes, entre outros, que já completaram os 42 km por lá.
O percurso cheio de sobe e desce é emoldurado pela animação de 2 milhões de espectadores que saem às ruas apesar das baixas temperaturas e das dezenas de bandas pelo caminho. Uma maratona tornou-se pouco para abarcar toda a festa, e os eventos paralelos são um show à parte. Na antevéspera da prova, sexta-feira, um grupo de corredores é escolhido para carregar as bandeiras de seus países na Parada das Nações, no Central Park. No sábado, o Dash to the Finish Line, prova de 5 km com largada na Primeira Avenida e chegada no Central Park. A Expo, onde é feita a retirada dos kits, também é um dos grandes atrativos para todos que gostam de esporte, com centenas de expositores de material esportivo.
Chicago
Juntamente com Nova York, Berlim, Londres, Boston e Japão, compõe o grupo das Marathon Majors, as maiores do mundo. A largada e a chegada ficam na área do belíssimo Millennium Park, um dos cartões-postais da cidade, e o trajeto passa por bairros residenciais mais afastados e margeia o lago Michigan. Na última edição, entre os 40 mil corredores estavam 421 brasileiros.
“Era assustador ver tanta gente indo em direção à largada, mas a mega e impecável organização, além da importante contribuição de milhares de voluntários muito bem informados, fez com que tudo corresse muito bem. Perdi apenas 1min50 na largada, mesmo entrando no curral em cima da hora. Havia muita gente nas ruas, muitas bandas, muita animação e diversão, que deixaram a prova ainda mais interes- sante. Além disso, a hidratação foi excelente, com muitos postos espalhados pelo trajeto. O percurso é bonito, plano, em largas ruas com algumas leves subidas. Na chegada, houve rápida dispersão dos corredores e a organização forneceu toalhas molhadas e sacos com gelo para relaxar a musculatura, além de capa de alumínio, repositores de proteína e outros produtos. Até cerveja gratuita em abundância foi fornecida no final! A Maratona de Chicago pode ser considerada como uma prova que você termina já com vontade de retornar na próxima edição”, relata o presidente da Associação de Treinadores de Corrida (ATC), Nelson Evêncio, que completou o percurso em 3h22min.
Tradicionalmente fria, a Maratona de Chicago vez ou outra é pega por uma onda de calor atípica, péssima para os atletas. Em 2007, um corredor chegou a morrer e mais de 100 foram hospitalizados devido à desidratação. Em 2011, os termômetros voltaram à casa próxima aos 30ºC e os alertas foram ligados, mas sem grandes problemas.
Disney
Unir o prazer da corrida com as férias da família em janeiro fazem dessa prova uma excelente opção. As inscrições se esgotam logo que abrem, em abril. O fim de semana dedicado à corrida inclui uma programação intensa. Além da maratona, uma meia, uma prova de 10 km, uma de 5 km e outras infantis.
O Desafio do Pateta consiste em fazer a meia e a maratona, e este ano a grande novidade foi o Desafio do Dunga, que somava os 78 km de todas as quatro provas – e, ao final, dá o direito de desfilar com nada menos que seis medalhas! Mickey, Pateta, Pluto, Minnie e os demais personagens da Disney são os grandes incentivadores do trajeto mágico dos 42 km, com largada no Epcot, seguindo para Magic Kingdom, Animal Kingdom e Hollywood Studios.
“Escolhi essa prova porque ia passar o Réveillon lá com a minha família. A corrida é muito linda, pois passa dentro de todos os parques e, no Magic Kingdom, você entra no castelo! Também gostei da organização dos pontos de hidratação, e havia muitos postos médicos, com voluntários que tornavam rápido qualquer atendimento. O percurso é ótimo. Não tão plano como Berlim, pois tem alguns túneis. Os únicos pontos negativos, na minha opinião, são: a largada, muito cedo, fazendo com que seja necessário acordar mais cedo ainda, pois a logística não é simples, e o grande número de participantes. Mesmo largando no local certo para meu pace, tive de desviar muito dos demais atletas e corri quase 1 km a mais”, conta Carolina Vantini, que já participou da maratona por vários anos.