A ciclista britânica Elinor Barker, 22 anos, tinha um objetivo particular no Campeonato Mundial de Ciclismo de Pista, disputado entre 12 e 16 de abril de 2017, em Hong Kong: ganhar seu primeiro ouro individual como profissional. Multicampeã na modalidade perseguição por equipes, ela bateu na trave na prova de scratch, ganhando a prata. No último dia de competições, meta alcançada: o ouro na corrida por pontos! A vitória veio com belo sprint, deixando em segundo a veteraníssima norte-americana Sarah Hammer, sete vezes campeã do mundo.
Barker já conhecia o gostinho do ouro competindo sozinha, mas na categoria júnior, no ciclismo de estrada contrarrelógio, em 2012. Ao se profissionalizar, a jovem nascida no País de Gales optou pela pista (o velódromo) e teve sucesso representando o Reino Unido por equipes: ganhou três europeus, dois mundiais e o ouro olímpico na Rio 2016. Foi aí que ela se questionou, observando seus conterrâneos mais famosos em provas individuais. “Nunca pensei que aquelas pessoas estavam fora do meu alcance. Eles têm os mesmos treinadores e as mesmas experiências que eu. Então, pensei: por que não?”, disse à agência Press Association.
Quase desistiu
E pensar que a meta finalmente alcançada poderia nunca ter chegado. Aos 14 anos, Elinor pensou em desistir do ciclismo. “Eu me perguntei: quero mesmo fazer isso? Ou preferiria experimentar o que é ter 14 anos em vez de estar toda vestida de lycra?”, questionou-se. A decisão de continuar passou pelo entusiasmo de seu técnico, Alan Davies. “Ele fez isso parecer mais divertido e muito mais agradável do que eu imaginava.”
Legado zero
Apesar do moderno velódromo que foi palco das disputas do ciclismo de pista na última Olimpíada, disputada no Rio de Janeiro, o ciclismo brasileiro ainda não transformou estrutura em resultados de ponta: nenhum competidor do país participou do Mundial de Hong Kong…