Geralmente, quem está acostumado com o hábito de fumar pensa que o abandono de vício é irreversível, concorda? Acontece que nunca é tarde para renovar a decisão de parar de fumar e nesse sentido o médico cardiologista do Hospital Santa Catarina Dr. Gustavo Pederçole vai indicar o que é bom para substituir o cigarro em entrevista exclusiva para o Sport Life.
Saiba o que é bom para substituir o cigarro
“O hábito de fumar vira parte da rotina de um fumante. Quando a pessoa para de fumar, além da abstinência, ocorre falta daquele costume no dia a dia. A dica é substituir por algo, como realização de atividade física, tomar um copo de água ou comer fatias de legumes, por exemplo: cenoura”, sugere o Dr. Gustavo.
Da mesma forma, o cardiologista reforça que não há exercícios físicos específicos para quem decidiu excluir o tabagismo, ou seja, a sugestão recai para o esporte que proporcione períodos de recreação, bem-estar e que um sujeito cumpra por pelo menos 150 minutos divididos na semana.
Orientação que difere sobre aspectos nutricionais para ex-fumantes. “As proteínas, frutas e legumes são indicados pelo seu teor saudável. Se uma pessoa substitui o cigarro por alimentos com alto teor de gordura ou açúcar, estará trocando um problema pelo outro”, explica Pederçole.
A paciência impacta para quem quer distância definitiva do tabaco. Afinal, o que está em jogo é o enfrentamento com a contra a dependência química da nicotina e uma recaída pode acontecer em meio a esse objetivo.
“Não é perigoso para o corpo a retirada abrupta do cigarro, mas dependendo da pessoa ela pode sentir sintomas de abstinência de forma mais exacerbada. Por isso, é orientado que faça isso sempre acompanhado por profissional habilitado”, ressalta o profissional.
Com quanto tempo uma pessoa já sente os resultados com essa renúncia de fumar?
20 minutos: os batimentos cardíacos e a pressão arterial se normalizam;
12 horas: o nível de monóxido de carbono desce para parâmetros saudáveis;
48 horas: a nicotina é eliminada, o que melhora o olfato e o paladar;
72 horas: já é possível sentir uma melhora na capacidade respiratória;
2 a 12 semanas: a circulação sanguínea e a função pulmonar melhora muito;
1 a 9 meses: tosse e respiração entrecortada, típica dos fumantes, se tornam raras;
1 ano: o risco de doença cardiovascular (como um infarto) cai pela metade;
5 anos: a chance de ter um acidente vascular cerebral fica próxima a de não fumantes;
10 anos: cai 50% o risco de desenvolver o câncer de pulmão;
15 anos: o risco de câncer para o ex-fumante se equipara ao de quem nunca fumou.
É verdade que cigarro eletrônico é “mais prejudicial” do que o comum?
“Sim. É verdade. O cigarro tradicional no Brasil há um limite de 1 mg de nicotina por cada cigarro. Enquanto os eletrônicos, que são pequenos e se assemelham a um pen drive, chegam a até 57 mg da substância por ml do líquido. Outro fato que surpreende é que esse líquido possui substâncias que não são conhecidas, o que o torna mais perigoso ainda. Os usuários desses dispositivos ainda podem evoluir com uma doença denominada ‘EVALI’, sigla de e-cigarette and vaping associated lung injury. Traduzido como pneumopatia associado ao uso de cigarros eletrônicos e vapes. É a nova condição clínica identificada em usuários desse tipo de dispositivo”, finaliza o Dr. Gustavo Pederçole.