Encarar uma caverna ou a queda de uma cachoeira, descer um paredão ou uma montanha recém-escalada. Essas são algumas das emoções que o rapel proporciona. Mas ele não é esporte, já que ele ainda não foi reconhecido como uma modalidade esportiva. O rapel é, na verdade, uma técnica para fazer uma descida vertical por meio de cordas criada por “entendidos” em cavernas (espeleologistas) no início do século 20.
“Apesar de o rapel ser amplamente praticado no Brasil, não é considerado um esporte, pois é somente uma técnica. Não há uma federação específica que possa criar regras e, portanto, acredito que demorará um pouco até que isso aconteça”, relata Fábio Senna, proprietário e instrutor de rapel da Limite Vertical (SP).
Como em qualquer atividade, há riscos. São nas manobras de montanha que se verificam o maior número de acidentes. “A maioria dos imprevistos que acontecem no rapel, assim como em qualquer atividade vertical, diz respeito ao despreparo ou imprudência do praticante”, explica.
E alerta: “Muitas pessoas se aventuram a praticar sem o devido conhecimento. Há muitos detalhes técnicos, que envolvem desde o processo de montagem e ancoragem das cordas até as técnicas corretas para que a atividade torne-se segura. Ignorar essas regras pode até levar a fatalidades. O rapel deve ser aprendido em condições controladas, sob a supervisão de um especialista e, antes de ser realizado de forma autônoma, deve ser praticado repetidas vezes para que o praticante ganhe a confiança necessária”.
Confira os equipamentos necessários para fazer rapel:
Qual é o jeito certo de descer?
A técnica básica do rapel tradicional consiste em, após estar preso com o freio oito na corda, manter as pernas afastadas, para manter o equilíbrio, e semiflexionadas, para gerar maior controle na descida. Deve-se forçar a região do quadril para trás, mantendo os pés um pouco à frente e utilizando a planta do pé para descer durante a atividade. Segundo Senna, não se deve usar as pontas do pé para descer, evitando, assim, escorregões.
A mão deve segurar a corda e ficar atrás, junto ao corpo, para controlar a velocidade e não deve soltar a corda. Já a mão esquerda pode ficar segurando a corda, acima do freio 8, já que não é preciso fazer força com a mão esquerda. “Para frear, basta segurar a corda um pouco mais forte com a mão direita. Quem é canhoto, claro, deve inverter a posição das mãos.” De acordo com Senna, deve haver uma pessoa (um instrutor) na base que possa frear a descida do praticante no caso de ele soltar a corda.
Depois do rapel…
Faça esta sessão de alongamento ao terminar o rapel. Mantenha cada posição por 20 s e não force:
1. Flexione um joelho e leve a perna para trás, mantendo o calcanhar junto ao glúteo. Mantenha os dois joelhos próximos e alinhados.
2. Leve uma perna à frente e alongue-a. Incline o tronco, aproximando o abdômen da coxa e mantendo as costas retas. Segure o pé pela ponta, aproximando-o de você.
3. Segure um dos joelhos com as duas mãos e aproxime-o do peito, mantendo o equilíbrio.
4. Com as pernas bem afastadas e os pés para fora, coloque as mãos sobre os joelhos e incline o tronco para frente, com as costas retas. Desça um ombro, mantendo o braço estendido ao mesmo tempo em que pressiona a perna para fora. Execute o movimento para os dois lados.
5. Leve um perna à frente, flexionando-a sem que o joelho ultrapasse a ponta do pé. Alongue a perna de trás, mantendo a planta do pé em contato com o chão para que o gêmeo seja alongado.
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