Antes de conhecer a fundo o yoga e sua filosofia, achava que a prática se limitava a algumas posturas de alongamento e meditação. De fato, isso é uma parte dessa grande árvore que é o yoga, que entrou na minha vida meio sem querer e ficou para sempre. Comecei a praticar yoga pois estava em um momento crítico da vida, em que várias questões existenciais tomam conta dos pensamentos (quem nunca?) e precisava de algo para acalmar esse turbilhão todo. Em seguida veio a corrida, que surgiu como um complemento terapêutico – e que me fez emagrecer mais de 20 kg aliada à prática de yoga.
Como o yoga ajuda na performance
No processo de emagrecimento, eu precisava de um treinamento de força para combinar com a corrida. O yoga é perfeito, pois trabalha de forma integrada todos os grupos musculares, em intensidades diferentes, pois é possível adaptar o ásana (postura) para o seu corpo, assim como o tempo de permanência. Para corredores, por exemplo, é possível tirar excelente proveito da prática. Alguns ásanas, como a sequência de guerreiros (Virabhadrasana), trabalham intensamente as pernas e mobilidade dos quadris. Outras, ainda, trabalham vigorosamente o core e membros superiores (prancha Kumbakasana e flexões yogis, chamadas de Chaturanga Dandasana). A respiração é bastante exigida por meio dos pranayamas (técnicas de respiração com diversas finalidades – relaxamento, ganho de energia, etc.), permitindo que você se conecte ao movimento de inspirar e expirar de forma fluida para outros esportes.
Depois de alguns anos de prática de yoga, percebi que minha corrida não seria a mesma se não tivesse aprendido a respirar corretamente. Dessa forma, tudo o que você precisa é dedicar-se, pelo menos, três vezes na semana e apenas 1 h do seu dia para entender o que estou dizendo. Na prática dos treinos, você terá mais disposição, foco e mais energia às passadas. A mobilidade e flexibilidade trabalhadas no yoga ajudam na melhora da biomecânica, reduzindo o risco de lesões e dores depois do treino.
Há vários estilos de yoga e um deles combina com a sua busca, pode ter certeza. Cito alguns: Hatha yoga (o tradicional e clássico), Vinyasa, Iyengar, Bikram, Kundalini e Superioga (meu favorito do momento, criado pelo mestre brasileiro Paulo Junqueira).
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O que a tradição milenar pode agregar à sua vida
A correria do dia a dia nos deixa tão desatentos e imersos em nossas próprias preocupações que nos esquecemos de olhar para o que está acontecendo dentro do nosso mundo interno. Para encarar a realidade do mundo externo, é preciso estar em paz e em harmonia com o universo que carregamos dentro de nós. O yoga é a chave para o entendimento e conexão com a nossa essência. Papo zen? De jeito nenhum. Hoje em dia, é uma dádiva manter o estresse e a ansiedade controlados enquanto o mundão lá fora parece entrar em colapso. O equilíbrio é um artigo de luxo que não está à venda nas prateleiras, mas pode ser conquistado com perseverança e humildade. Meditar e reservar um tempo para se movimentar e fazer o que gosta – e não necessariamente yoga – é uma forma de organizar um pouco esse caos que habita o ser de cada um. Com a prática assídua, você vai notar que a qualidade dos seus pensamentos será cada vez melhor, pois onde há paz e relaxamento, não há pessimismo. A consciência para o momento presente se aprimora, então aqueles pensamentos arraigados no passado e as preocupações do futuro ficam onde devem estar – no passado e no futuro. No presente, você se concentra e aprecia o momento, abrindo o caminho para soluções, novos planos e ideias.
Convido você a desafiar-se e experimentar o yoga por três meses e na frequência que sugeri acima: três vezes por semana, 1 h por dia. Quero que divida comigo o que achou depois desse período. Espero por você!