O mês de Março, além do Dia Internacional da Mulher, também serve para a conscientização sobre o câncer do colo do útero. É o terceiro tipo de câncer que mais atinge as brasileiras: foram quase 17 mil no último ano!
Por isso, o movimento Março Lilás busca conscientizar sobre a importância dos exames preventivos no diagnóstico precoce das lesões e na importância da vacina do HPV (Papilomavírus humano).
“A grande maioria dos casos de câncer do colo do útero está associada a infecção pelo HPV. A evolução para câncer é lenta, por isso que o rastreamento e a prevenção são tão importantes, já que os exames permitem a detecção precoce de lesões que podem evoluir para câncer se não tratadas adequadamente”, explica a Doutora Daniela Franco Leanza, ginecologista e obstetra do Grupo NotreDame Intermédica.
Como a doença é assintomática em seu estado inicial, é fundamental passar com o ginecologista anualmente para avaliação e para fazer os exames de rastreamento, que devem ser iniciados a partir dos 25 anos de idade e repetidos conforme orientação médica. “O Papanicolau é um exame simples, de fácil acesso, e de extrema importância na vida da mulher. Mediante alterações no Papanicolau, o médico vai solicitar um exame mais específico para visualização e análise do colo do útero, que se chama colposcopia, com a realização de biópsia da região alterada”, explica.
Quando a paciente apresenta sintomas como sangramento entre as menstruações, dor ou desconforto pélvico, sangramento ou dor após a relação sexual ou corrimento persistente, o câncer já pode estar em estado avançado.
“O vírus do HPV causa lesões no colo do útero, sendo que muitas se resolvem espontaneamente, sem necessidade de intervenção médica. As lesões pré-neoplásicas são preocupantes e precisam de tratamento, pois a evolução destas lesões leva ao câncer de colo uterino. O Papanicolau permite o diagnóstico precoce dessas alterações que podem ser tratadas com procedimentos de menor complexidade, com a retirada de uma porção do colo do útero através da conização ou CAF (cirurgia de alta frequência). O exame preventivo evita a doença grave e o tratamento agressivo, preservando inclusive a capacidade reprodutiva da mulher”, acrescenta a doutora Daniela.
Em condições mais graves, quando é diagnosticado o câncer, a ginecologista explica que é preciso uma cirurgia mais radical e pode ser necessário realizar radioterapia e/ou quimioterapia. O tratamento depende muito do grau de invasão, podendo ser necessário realizar a retirada total colo uterino, ou ainda a retirada total do útero e do colo do útero.
Sobre a possibilidade de prevenção da doença com a vacina do HPV, a Dra. Daniela explica que a imunização contra o vírus já faz parte do calendário vacinal do Ministério da Saúde desde 2014, sendo aplicada em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14. A vacina do HPV previne as lesões genitais causadas pelo HPV do tipo 6, 11, 16 e 18. O HPV 16 e 18 está relacionado ao câncer de colo de útero, vagina e vulva nas mulheres e ao câncer de pênis no homem. O HPV do tipo 6 e 11 está relacionado às verrugas genitais em ambos os sexos.