Fazer atividade física na gravidez, por muito tempo, era considerado algo arriscado. No entanto, com o avanço da ciência e da tecnologia descobriu-se que, desde que realizada com o acompanhamento de um profissional devidamente capacitado, a prática esportiva é bem-vinda para as gestantes que não possuem contraindicação médica. E pode, inclusive, desempenhar um papel fundamental no bem-estar e na saúde da mãe.
“Geralmente, é indicado que, para as mamães que já treinavam musculação antes da gravidez, ocorra uma redução das cargas e da intensidade no primeiro trimestre. Do terceiro ao sexto mês de gestação, é possível voltar ao ritmo anterior ao da gravidez. E nos últimos três meses, haverá a necessidade de adaptação por conta da falta de mobilidade imposta pela barriga”, explica Patrícia Sabino, professora de musculação e mãe de um jovem de 22 anos.
Mas, para quem não tinha o exercício como um hábito, a atividade física na gravidez também é importante. Nesse caso, vale começar por algo mais leve, como hidroginástica, yoga, alongamento ou pilates. “Com o crescimento da barriga, muda o eixo corporal. Por isso, é melhor evitar exercícios que exijam equilíbrio no final da gestação”, completa Marcia Regina Wagner, professora de ginástica e mãe de duas meninas de três e seis anos.
Benefícios da atividade física na gravidez
Dessa maneira, com a ajuda das especialistas em exercícios e maternidade, separamos alguns benefícios que a prática de atividades físicas na gravidez – com orientação e liberação médica – podem proporcionar. Confira:
- Aumento da disposição;
- Melhora da qualidade do sono;
- Controle da respiração;
- Bom funcionamento do sistema vascular;
- Fortalecimento da região pélvica;
- Preparação do corpo para a hora do parto, principalmente se for parto normal;
- Auxílio na prevenção de diabetes gestacional;
- Combate à pressão alta;
- Redução das dores causadas pela mudança corporal;
- Melhora da saúde mental;
- Controle da ansiedade;
- Diminuição da possibilidade de depressão pós-parto.
“Para quem faz musculação, tem ainda a vantagem do fortalecimento muscular. Afinal, além de precisar da lombar fortalecida, para segurar os nove meses de gestação, temos que lembrar que a mãe vai continuar carregando o bebê, que só vai crescer!”, alerta Patrícia.
Quais as melhores atividades?
Segundo as especialistas, no entanto, é preciso ter um certo cuidado com a escolha da atividade física na gravidez. O ideal é evitar exercícios com risco de queda ou colisão, como esportes de contato físico ou com bola. Também não são recomendadas as atividades com muito impacto, como cross fit, jump ou modalidades radicais. Fora isso, a prática de qualquer exercício é liberada, desde que com orientação profissional.
“Tudo que gerar desconforto ou qualquer sensação ruim, é melhor que ela não faça. Isso vale para qualquer pessoa, mas é ainda mais importante no caso das gestantes. Tenho duas filhas, de três e seis anos, e treinei até 37 semanas. As duas nasceram de parto normal e, com 36 semanas, eu já comecei a ter dilatação progressiva, lentamente. E sei que isso está totalmente relacionado com a atividade física”, conta Marcia.
Além da escolha da modalidade, também é importante ter atenção com a frequência cardíaca. O recomendado é que a gestante não ultrapasse os 140 batimentos por minuto. “Se a mulher praticava corrida antes da gravidez, ela pode continuar correndo, mas com atenção à frequência cardíaca. Se aumentar muito, o indicado é que ela reduza a intensidade e comece a trotar ou caminhar, por exemplo”, completa Marcia.
Exercícios no pós-parto
A atividade física na gravidez também costuma gerar dúvidas relacionadas ao pós-parto. A recomendação médica padrão é que a mulher fique 40 dias sem atividade física depois do parto. Depois disso, se a mamãe for autorizada, já pode voltar para a rotina de exercícios, com moderação.
“Quem já teve filho sabe que os primeiros meses precisam de dedicação e cuidado ao bebê. Mas, fazer exercícios, mesmo que sejam alguns minutos, em casa mesmo, vai ajudar tanto na parte física quanto psicológica da mãe. O ideal é pedir para que um profissional de educação física faça um programa, considerando as limitações de tempo e de lugar”, finaliza Patrícia.
Fontes: Marcia Regina Wagner e Patricia Sabino, profissionais de educação física do Grupo Competition – e mães.