Carioca, 36 anos, medalha de ouro nas Olimpíadas de Pequim de 2008 e Londres 2012 com o Brasil. Thaisa anunciou o seu retorno para Seleção em 10 de maio de 2023 depois da confirmação de sua conversa com José Roberto. Em meio a disputa da VNL (Liga das Nações de Voleibol Feminino), a jogadora opinou sobre a Seleção após o seu retorno em entrevista exclusiva para o Sport Life.
A análise da Thaisa do atual momento da Seleção Brasileira
“Vejo o time em evolução. Tivemos poucas oportunidades de treinar com a equipe completa para ter alguns ajustes necessários. Acredito que temos muito o que crescer nessa terceira fase se aproveitarmos os treinos e jogos para ajustar o time como um todo. Ir ganhando corpo e força a cada jogo. Porque todos serão jogos difíceis e muito importantes ao mesmo tempo”, admitiu.
O próximo compromisso do Brasil na VNL será nesta quarta-feira (28), às 10h30 (horário de Brasília), em Bangkok, capital da Tailândia, diante da Itália pela fase preliminar. Até aqui, as brasileiras venceram a Holanda, República Dominicana, Croácia, Coreia do Sul, Sérvia, Alemanha e foram derrotadas pela China e Estados Unidos.
Expectativa
A equipe está neste momento dentro do “eixo” de classificação para fase do “mata-mata”, cujo período reúne as oito melhores equipes a partir da etapa das quartas de final. Os Estados Unidos, anfitriões da fase final, mantém a sua vaga neste instante eliminatório, que vai acontecer entre 12 e 16 de julho.
“Acredito que chegaremos mais fortes e com mais consistência (à fase de mata-mata), pois teremos um pouco de tempo para treinarmos juntas, coisa que não deu muito para fazer até então. Isso faz muita diferença. Entrosamento de time só vem treinando juntas e jogando. Não tem mágica”, comentou.
A jogadora também pontuou na sequência que nenhuma adversária foi capaz de surpreender o Brasil pelo motivo do nível da VNL estar bem disputado e a intenção do elenco é de pensar “jogo a jogo”.
“O nível está alto como sempre. Claro que tem as que se destacam, mas não podemos entrar leve contra nenhum time porque até o time “não tão forte” pode fazer um grande jogo e ganhar se dermos a chance. Vejo algumas equipes fortalecidas que podem vir a dar ‘dor de cabeça’, mas vamos jogo a jogo, passo a passo. Buscando algo a mais todos os dias”, disse.
Em busca do título inédito
O time bicampeão olímpico não conquistou nenhuma edição da VNL e amargou três vice-campeonatos nas temporadas de 2019 e 2021 para os Estados Unidos e em 2022 contra a Itália. Desempenho que contrasta com os 12 títulos do Grand Prix. Thaisa negou a interferência desse histórico no ambiente do grupo.
“Acredito que não. Não deveria. Porque acredito que todas sabem o peso de representar a sua nação, cobranças acontecem, não tem jeito. Tem que se blindar do que é negativo e focar no que podemos fazer para evoluir dia a dia. Não deixar entrar pessoas e cobranças negativas ou excessivas”, pontuou.
A superação da Thaisa no tempo difícil
Thaisa encerrou o seu ciclo com o time paulista Osasco após a temporada 2015/16 e aceitou a proposta do Eczacıbaşı, da Turquia, para a época 2016/17. Ali foi o tempo difícil da sua carreira, ou seja, sofreu lesão na cartilagem e no menisco do joelho esquerdo em jogo contra o Fenerbahçe pela Liga dos Campeões.
“Não imaginava. Não tive muito tempo para pensar nisso. Acho que nunca me dediquei tanto a algo como foi naquele período. Meu foco era voltar. Foi a fase mais difícil da minha vida. Assustadora para ser bem sincera”, relembrou a profissional.
“O maior (aprendizado) deles foi entender o quanto eu sou forte e que posso tudo que eu quiser se assim eu acreditar e trabalhar duro para isso. Depois aprendi o valor da amizade real, das pessoas de verdade, de quem se preocupa realmente com você, gosta de você e as que só fingem isso. Aprendi que apoio e amor vem de onde você menos espera. Busquei me conhecer mais e melhor. Busquei ajuda, aprendi a pedir ajuda e a me vulnerabilizar quando necessário (nunca me permitia isso). São tantas coisas”, concluiu.