Há uma corrente no esporte que prega o NO PAIN, NO GAIN, isto é: o conceito que você tem que ter dor, sofrer, para ter orgulho depois. Algo como “sofra, chegue a trancos e barrancos, mas chegue!“. Obviamente, dor em corrida é algo natural, mas é preciso autoconhecimento para saber o que é uma dor normal de corrida e o que é insanidade.
Neste último sábado participei dos 42Km Indomit, uma prova trail casca grossa, em Santa Catarina. Lá pelo quilometro 6, uma indisposição me fez regurgitar várias vezes, até que no quilômetro 15 o vômito veio forte. E pior: junto ao vômito, o tempo esquentou repentinamente e o sol apareceu.
Eu tinha duas opções: 1) Continuar, sofrer a corrida toda e, como consequência, ter uma recuperação lenta, comprometendo minha prova-alvo que acontece daqui seis semanas ou 2) Desistir.
Desistir faz parte da vida do atleta e sempre deve ser levado em consideração quando autoconhecimento e bom senso falam mais alto.
Não foi desta vez que levei minha 29ª medalha de maratona para casa.