O rótulo “comfort food” está atrelado a sensações e a emoções que determinados alimentos provocam na gente e que remetem a momentos agradáveis, como a infância, por exemplo. Esses alimentos aguçam nossa memória gustativa e olfativa ao nos transferir para uma “zona de conforto”.
+ Alimentos com propriedades medicinais
A busca por esse “acolhimento” é mais intensa em momentos em que nosso estado de espírito se encontra para baixo. Essa necessidade de recompensa resulta de uma interação entre diferentes modalidades sensoriais do organismo, sendo o estresse o principal causador dessa interação. De acordo com alguns estudos científicos, mergulhar de cabeça em alimentos calóricos atenua a resposta ao estresse.
Essa teoria foi avaliada pela Nasa, a agência espacial americana, que financiou uma pesquisa em Minnesota, a qual tinha o intuito de verificar se a comfort food reduziria a perda de peso e melhoraria o humor dos astronautas, cujas exigências de trabalho são estressantes. A pesquisa demonstrou que a ingestão de alimentos ricos em gordura, açúcar ou sal ativa, de fato, o sistema de recompensa do cérebro. No entanto, neurocientistas afirmam que a resposta neural apresentada pode não se traduzir em mudanças de humor mensuráveis. O estudo teve outras limitações consideráveis, visto que o humor negativo foi induzido em laboratório.
Embora a ingestão de comidas que confortam tenha a intenção de melhorar o humor, o uso regular desses alimentos resulta em obesidade abdominal, com forte relação ao diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral. Independentemente de estudos científicos, não há dúvidas de que alguns alimentos nos confortam e aquecem a alma em momentos de tensão e tristeza. Mas não compensam sentimentos negativos e podem ainda somar-se a eles caso sejam utilizados com desequilíbrio. Comer brigadeiro, batatafrita ou bolinho de chuva de vez em quando não tem nada de ruim, o problema é fazer disso uma rotina, acreditando que isso possa trazer felicidade.