Encarar uma caverna ou a queda de uma cachoeira, descer um paredão ou uma montanha recém-escalada. Essas são algumas das emoções que o rapel proporciona. Mas ele não é esporte. Não ainda, já que ele ainda não foi reconhecido como uma modalidade esportiva. O rapel é, na verdade, uma técnica para fazer uma descida vertical por meio de cordas criada por “entendidos” em cavernas (espeleologistas) no início do século 20. Para chegar a grutas que ficavam quase escondidas no sul da França, eles desciam presos às pedras que ficavam no alto.
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Seja qual for a finalidade dessa técnica, a ideia é sobrepujar a gravidade. O praticante fica pendurado por uma corda que possui um freio que controla a velocidade da queda. Como em qualquer atividade, há riscos. São nas manobras de montanha que se verificam o maior número de acidentes. Há muitos detalhes técnicos, que envolvem desde o processo de montagem e ancoragem das cordas até as técnicas corretas para que a atividade torne-se segura. Ignorar essas regras pode até levar a fatalidades. O rapel deve ser aprendido em condições controladas, sob a supervisão de um especialista e, antes de ser realizado de forma autônoma, deve ser praticado repetidas vezes para que o praticante ganhe a confiança necessária.
Uma das maneiras mais gostosas de usar o rapel para curtir um ambiente bacana é o cachoeirismo. Usa-se o rapel para descer uma cachoeira.
Técnica
A técnica básica do rapel tradicional consiste em, após estar preso com o freio oito na corda, manter as pernas afastadas, para manter o equilíbrio, e semiflexionadas, para gerar maior controle na descida. Deve-se forçar a região do quadril para trás, mantendo os pés um pouco à frente e utilizando a planta do pé para descer durante a atividade. Não se deve usar as pontas do pé para descer, evitando, assim, escorregões. A mão deve segurar a corda e ficar atrás, junto ao corpo, para controlar a velocidade e não deve soltar a corda. Já a mão esquerda pode ficar segurando a corda, acima do freio 8, já que não é preciso fazer força com a mão esquerda.
Equipamento
1. CAPACETE: deve ser sempre usado onde há risco de queda de objetos. Mesmo quem está embaixo fazendo a segurança não pode retirá-lo, pois corre o risco de quedas de chaves, moedas, celulares, canivetes etc. dos praticantes que estão descendo e deixam esses objetos nos bolsos.
2. ROUPA DE NEOPRENE: proporciona isolamento térmico, assim como proteção contra arranhões. É muito utilizada no canionismo devido ao tempo que se passa dentro do rio e à baixa temperatura da água. No cascading, dependendo da época do ano, não é necessário, pois é feita apenas uma descida na cachoeira.
3. CALÇADO: há calçados específicos para essa modalidade, mas pode-se também usar uma bota de trekking. Deve ter sola antideslizante e cano alto, para proteger o calcanhar.
4. CADEIRINHA: também chamada de bouldrier, é imprescindível para o rapel. Há modelos específicos para cada atividade, mas um único modelo pode ser utilizado para todas elas. O que geralmente as diferencia é o conforto que cada uma proporciona ou a facilidade na secagem, quando se usa em cachoeiras.
5. MOCHILA: usada para levar os equipamentos e cordas.
6. FREIOS: elemento-chave na hora de fazer rapel. O mais comum e de preço mais acessível é do freio oito.
7. ANÉIS DE FITA: podem ser utilizados para se fazer a ancoragem e também como uma fita de autosseguro do praticante, para que ele possa ficar preso até que se coloque o equipamento.
8. MOSQUETÃO: serve para fazer a ancoragem das cordas, para prender o freio oito na cadeirinha, para carregar objetos presos a ela e para o uso em trabalhos verticais. Pode ser feito de aço ou de alumínio e possuem travas. Os mosquetões de aço são usados em trabalhos verticais e os de alumínio, mais leves, nas atividades esportivas. Sua resistência ultrapassa 2000kg.
Depois do rapel
Faça esta sessão de alongamento ao terminar o rapel. Mantenha cada posição por 20 segundos e não force.
1. Flexione um joelho e leve a perna para trás, mantendo o calcanhar junto ao glúteo. Mantenha os dois joelhos próximos e alinhados.
2. Leve uma perna à frente e alongue-a. Incline o tronco, aproximando o abdômen da coxa e mantendo as costas retas. Segure o pé pela ponta, aproximando-o de você.
3. Segure um dos joelhos com as duas mãos e aproxime-o do peito, mantendo o equilíbrio.
4. Com as pernas bem afastadas e os pés para fora, coloque as mãos sobre os joelhos e incline o tronco para frente, com as costas retas. Desça um ombro, mantendo o braço estendido ao mesmo tempo em que pressiona a perna para fora. Execute o movimento para os dois lados.