A carioca Sylvia Pozzobon cresceu em um ambiente saudável. Após ter experimentado diversas modalidades esportivas ao longo da adolescência, ela encontrou na corrida sua grande paixão. Mas o que ela não sabia é que justamente a corrida a ajudaria a superar um revés aos 21 anos. Em 2007, descobriu um tumor raro no braço esquerdo, que a levou a algumas cirurgias e muita expectativa. Na vida de atleta, ela encontrou forças para superar o problema e ajudar na sua cura.
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Foto: Reprodução/Instagram
Em uma das cirurgias pela qual passou, Sylvia perdeu os movimentos do braço esquerdo por completo, pois ocasionou a retirada dos principais músculos, como deltoide e parte do tríceps, assim como também de um importante nervo. Apesar de os médicos não acreditarem na plena recuperação de seus movimentos, Sylvia jamais desistiu ou se entregou. Após superar os primeiros meses, quando sofreu com depressão, decidiu que iria voltar a se movimentar. Com o braço preso em uma tipoia, ela subiu em uma esteira da academia e começou a correr. Mesmo sem estar liberada pela equipe médica, Sylvia voltou a malhar, recuperou a autoestima e a vontade de recuperar os movimentos aumentava a cada dia. Após 8 meses de fisioterapia, ela recuperou cerca de 80% dos movimentos e mesmo tendo perdido boa parte da força e ficado com um braço mais fino que o outro, voltou a ser a Sylvia que sempre foi: ativa e alegre.
“A corrida pra mim hoje é um estilo de vida, é algo que faz parte do meu dia a dia e que não sei viver sem. Comecei a correr mais ou menos aos 16 anos, pouquinho, só para manter o peso. Com o passar dos anos e a popularização das corridas de rua senti vontade de tentar melhorar. Foi aí que surgiu a paixão mesmo, a paixão pela superação, pelo desafio pessoal. Esse esporte pra mim é algo de dentro pra fora, corro por mim, pra mim, para me desafiar, para ver aonde eu posso chegar. Por isso estou sempre treinando, buscando provas novas, novos desafios. Já fiz algumas meias maratonas de asfalto, já fiz muitas provas de trilha, fui vice-campeã carioca de montanha em 2014 na categoria 19 a 29 anos. Em 2015 decidi fazer uma maratona e acabei fazendo a maratona do Rio e no mesmo mês uma Ultramaratona de 24 horas em equipe, onde eu corri 51,2km e minha equipe um total de 214 quilômetros (ficamos em primeiro lugar no Quarteto Feminino). Mas eu corro mesmo é porque gosto, porque me sinto livre, porque quando cruzo a linha de chegada, não importa se cheguei em primeiro ou não, me sinto a mulher mais poderosa do mundo, me sinto vencedora e isso é muito gostoso. Diria até, viciante.”
Foto: Reprodução/Instagram
Em 2011, decidiu pela primeira vez procurar um nutricionista para melhorar seu desempenho na corrida e também perder uns quilinhos que ganhou após a gravidez. Como achou a dieta algo muito sem graça, decidiu testar algumas receitas e começou a postá-las em seu Facebook, além de dicas de sua rotina saudável. Apesar de garantir que nunca foi boa na cozinha, o resultado começou a surpreendê-la. Um prato melhor que o outro ! E com a grande receptividade do público, a mídia também começou a descobri-la.
Aos 27 anos, exercendo a profissão de advogada e mãe de Maria Fernanda, na época com 4 anos, Sylvia decidiu abrir mão da carreira para passar a se dedicar integralmente ao novo projeto, o lançamento de um site focado 100% em vida saudável. No Cozinha Fit, Sylvia divulga suas receitas com ingredientes funcionais e nutritivos, além de dicas de alimentação e nutrição. Hoje, com quase 50.000 seguidores no Instagram, o site é um verdadeiro sucesso . Assim como Sylvia, que cada vez mais surpreende a todos com seu empenho no mundo das passadas.
