O Desafio 28 Praias aconteceu na semana passada, e muita gente ficou de fora da prova neste ano. Aos interessados que desejam participar de uma das provas mais legais (e difíceis) do calendário de corridas do Brasil, o corredor Gabriel Abdala conta sua experiência nos 42 km. Confira:
“Quando recebi o convite do amigo Felipe Iannucci para os 42 km do Desafio 28 praias, eu estava ciente das dificuldades do percurso, além da distância, e a chuva que caiu durante toda a viagem na noite anterior anunciava que tudo iria dificultar ainda mais a corrida. No amanhecer, a chuva foi retraindo, e no momento da largada já havia se dissipado. Para uma corrida de quase 4 mil participantes, foram poucos que se arriscaram na largada dos 42 km, na grande maioria figuras tradicionais de grande provas, e já indicava o que viria pela frente.
Os primeiros 15 km foram absurdamente difíceis, elevando em 50% o tempo que eu estimava para esse trecho do percurso, completado em 3 h. Levei quase mais 1 h para completar a metade da prova, já completamente esgotado diante da dificuldade de correr em terreno tão irregular, amolecido e escorregadio, consequência das fortes chuvas da noite anterior. Sempre preservo energia diante de provas de alto nível de dificuldade. Optei por caminhar fortemente nas subidas e cautela nas descidas, assim me senti confiante para prosseguir a outra metade da prova.
Conheci provas em várias partes do Brasil, e o percurso desta prova é particularmente deslumbrante. A cada descida uma praia mais linda do que a outra, mas a concentração na prova me impedia de apreciar com maiores detalhes como eu gostaria. Nunca imaginei fazer uma Maratona com um percurso tão bonito. Essa energia boa certamente renovava minhas forças a cada etapa que eu encerrava. E chegando aos 30km, sabia que mesmo extenuado terminaria bem a prova.
Conheci durante a prova pessoas muito simpáticas, incentivadoras e solidárias. Muitas, inclusive, que lamento não ter pego contato, em contraste com alguns atletas que, cegos pela competição, exibiram uma série de atitudes antidesportivas, que felizmente se limitaram a poucas exceções. Os staffs eram todos atenciosos e educados. E tudo isso fez que cada km desta prova valesse muito a pena, uma ótima e segura estrutura.
E assim avancei aos kms finais da prova. O último km sempre é o mais difícil, e da ponta da Praia Dura avistava o Pórtico de chegada ao longe que parecia não chegar, mas ainda consegui uma energia final para um sprint e que proporcionou as melhores fotos que me fizeram do evento. O mergulho no rio gelado ao lado da chegada foi providencial e revigorante. Embora fadigado depois de quase 8 h de corrida, nunca esquecerei as imagens e lembranças dessa prova tão única, inesquecível e especial!”
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