A dieta cetogênica consiste em oferecer alta gordura, proteína em moderação e baixo índice de carboidrato. Já a low carb restringe o consumo de carboidratos. Porém, esses planos alimentares impactam negativamente no esporte, segundo estudo conduzido por Louise Burke, nutricionista esportiva australiana com 40 anos de experiência em aconselhamento para atletas de elite.
Os efeitos da dieta cetogênica e low carb no esporte
Essa pesquisa envolveu 21 atletas corredores de alta performance, divididos em três turmas: HCHO (Alto carboidrato), PCHO (Periodização de carboidratos) e LCHF (Baixo carboidrato e gordura alta).
Os corredores masculinos concluíram três semanas de treinamento periódico enquanto aceitavam essa proposta dietética. Dessa forma, coletou-se 29 conjuntos de dados de 21 desportistas. A cada semana ocorriam sessões de treinamento obrigatórias e adicionais, cumpridas com base no critério de um competidor.
Entre os quesitos verificados estavam: velocidade da marcha, a frequência cardíaca, a avaliação da exaustão percebida e os metabólitos sanguíneos. Assim, foi possível a conclusão dessa experiência.
Os resultados da pesquisa
A capacidade de treinamento dos atletas de alto rendimento adeptos ao LCHF tornou-se menor em relação aos HCHO. Que também terminaram volumes de treinamento baixos, com velocidades lentas e frequências cardíacas altas.
O acréscimo da “relação” esforço e velocidade indica que a carga interna é significativa e que se permita adaptações fisiológicas graças ao exercício, por exemplo: aumento do VO₂ max (Volume de oxigênio máximo).
Contudo, a redução da intensidade absoluta do treinamento interfere para adaptações negativas fisiológicas. Como a economia de caminhada submáxima, de desempenho e nos momentos do treino em que há sessões de intensidade.
A palavra da especialista
“As dietas low carb e a cetogênica são estratégias dentro da nutrição voltadas para o emagrecimento. E que naturalmente pelo baixo aporte de carboidratos não são as melhores estratégias visando performance, condicionamento e força”, comentou com exclusividade para o Sport Life a nutricionista Beatriz Finizola.
Ainda assim, Beatriz citou algumas atividades que esses planos alimentares são indicados. Desde que com um acompanhamento para que se possa avaliar a condição da pessoa em meio ao objetivo firmado.
“Dependendo da atividade podem ser utilizadas. Mas em geral por um período mais curto de tempo. E com pacientes que não são atletas e não necessitam de alta performance. Para praticantes de musculação, cardio moderado, jumping e spinning, pode ser feita a utilização. Desde que bem acompanhada por um nutricionista e tendo a certeza que esse profissional vê indicação para tal. Já que sempre precisamos avaliar o contexto, os hábitos e os gostos. Para que fique bem adaptativo e com alta chance de adesão”, concluiu a profissional.