Corrida é uma atividade cíclica, cujos movimentos são repetidos milhares de vezes. É preciso treinar o core, pois os pés dos atletas chegam a suportar uma carga de aproximadamente três vezes o peso do corpo a cada passada. Aliado aos fortes impactos nas articulações, isso pode acabar levando a uma série de lesões que, muitas vezes, chegam a adiar, ou até interromper, o sonho de participar de uma prova.
Fortalecer a região do core pode ajudar os corredores a minimizar esses inconvenientes e, de quebra, melhorar a performance. Também chamado de power house (ou centro de força), o core é responsável por distribuir a força para os músculos das regiões periféricas do corpo, como braços e pernas. Ele também mantém o alinhamento e a estabilidade do quadril e da coluna. Portanto, dá para imaginar o que um core enfraquecido faz – ou não faz – pelo corredor. Ter o “centro de força” desalinhado, por exemplo, faz o corredor desandar, podendo ser vencido por contusões, má performance e fadiga precoce.
Com base em exercícios funcionais, o core training, ou treinamento do core, tem foco não só na melhora do condicionamento, mas em minimizar os desequilíbrios gerados pela modalidade e melhorar o que já é bom. “Quem corre pode ter assimetrias entre o sistema de estabilização (musculatura profunda) e o sistema de movimento (músculos mais superficiais) e entre o lado dominante e o não dominante. Portanto, com ele o praticante terá um corpo mais inteligente e funcional, permitindo que o treino seja cada vez mais específico ao longo de seu planejamento”, explica Allan Menache, master trainer do Core 360º.
Segundo ele, com a utilização de movimentos mais eficientes e realizados com maior economia de energia, os corredores podem permanecer em atividade durante o ano todo e melhorar o seu rendimento. Como os exercícios funcionais fortalecem o corpo do centro para as extremidades, os amantes das passadas ficam com as articulações mais fortes e protegidas, e os ligamentos, tendões e músculos mais bem preparados, reduzindo as chances de lesões. “O core é responsável pelo bom aproveitamento das forças de reação do solo, gerando estabilização durante a corrida e absorvendo de forma equilibrada os impactos da modalidade”, ressalta.