Luiz Dallari, dentista de Serra Negra (SP), teve uma perna amputada aos 16 anos devido a um câncer. Isso, no entanto, nunca foi um impedimento: em 2009, com 46 anos, ele entrou para o mundo da corrida e já tem mais de 60 provas disputadas – todas de muleta!
“Estou entrando em uma fase em que preciso me conservar, mas sempre procuro coisas novas. Gosto de pescar, faço curso de mergulho, ando de moto. Não me limito, me adapto”, conta Luiz. A Sport Life Brasil fez três perguntas para o dentista. Confira a história de superação!
Como a corrida surgiu na sua vida?
Luiz: Em 2009. Já tinha 46 anos, estava fora de forma, obeso e com o colesterol alterado. Minha esposa me convidou para participar de uma corrida de 5 km. Topado o desafio, dei uma volta no quarteirão da minha casa para ver se realmente conseguiria correr. Percorri 800m e “vi a morte” – estava exausto. O tempo foi passando, me acostumei às rotinas de treino e finalmente consegui completar a prova. Me apaixonei pelo esporte e nunca mais parei. Já disputei mais de 60 provas. Minha esposa está comigo em todas! Sem dúvida, ela foi o maior incentivo para eu entrar para o mundo da corrida.
Como as pessoas reagem ao te ver nas provas?
Luiz: É surpreendente! Já ouvi várias vezes pessoas falando que eu servi de inspiração para elas correrem. Uma vez, um cara me encontrou em uma prova. Ele carregava duas fotos e me disse que era o principal responsável por sua transformação – ele pesava 138 kg. O grande problema do deficiente é ele mesmo. A partir do momento em que ele se aceita, todos acabam o aceitando também. Durante a corrida, todos me cumprimentam, é muito legal. Este ano, quero correr três provas por mês para conseguir realizar meu sonho: disputar a São Silvestre.
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Como você faz para correr de muletas?
Luiz: Uso muleta desde os 16 anos. Tive câncer muito jovem e acabei com a perna amputada. Durante esse período, antes de começar a correr, consegui fortalecer a musculatura dos braços e me acostumei com o amparo, ao ponto de preferir correr de muleta a fazer uso da prótese, como acontece durante a semana. Já tentei correr com ela, mas me senti desconfortável. Ela é pesada e o cinto de ajuste incomoda. Minha velocidade não é das mais rápidas (percorro 1 km em 10 min), mas o importante é manter o ritmo.