Por Vanessa de Sá
Sim, o Monte Roraima já inspirou gente de peso da literatura. Foi o caso de sir Arthur Conan Doyle, “pai” do famoso detetive Sherlock Holmes, quando escreveu O Mundo Perdido, em 1912. No romance, dinossauros ainda vivem em um platô “perdido” na Amazônia!
Localizado na floresta amazônica, entre Roraima, a Venezuela e a Guiana, o tal platô, o Monte Roraima, é o mais alto dos tepuis amazônicos, gigantescas formações rochosas de arenito em forma de mesa, com 2 734 m de altitude. O trekking até o Roraima está entre os mais conhecidos da América do Sul, muito embora ainda atraia mais estrangeiros do que brasileiros. São cerca de 3 000 aventureiros por ano, a maioria sul-americanos e europeus.
O ponto de partida é Boa Vista, capital de Roraima. De lá se chega a Santa Elena de Uairen e, dali, a Paraitepui, comunidade indígena em território venezuelano. Então começa a caminhada, pois só é possível chegar ao famoso monte pela Venezuela.
Quando ir: pode-se ir o ano todo, mas a melhor época é entre setembro e março, quando chove menos na região.
Nível de dificuldade: não, você não terá de escalar o monte, mas terá de ir preparado para caminhar bastante e enfrentar terrenos irregulares e, por vezes, escorregadios. Não se esqueça: o trekking completo dura seis dias e caminha-se bastante, às vezes mais de sete horas. Você dormirá em barracas e tomará banho frio, em rios ou cachoeiras, mas, por outro lado, provavelmente verá o céu mais estrelado da sua vida.
É bom saber: assim como na trilha inca, é possível contratar um carregador para levar a sua mochila, medida providencial se você não tiver muita experiência de caminhar com peso nas costas. Outra dica importante: as variações de temperatura são grandes, e você poderá enfrentar bastante calor de dia e frio à noite, quando a temperatura chega a cair abaixo de 10ºC. No monte, alto, pode fazer perto de 0ºC durante a madrugada. Leve um bom saco de dormir e roupa quentinha, mas também camisetas dry-fit, pois a umidade típica da Amazônia torna difícil a secagem das roupas. Leve bastante repelente. A picada de um mosquitinho da região, o puri-puri, pode coçar por até quatro dias e deixar feridas.