Atualmente, milhões de brasileiros com renda até R$ 1 200,00 utilizam diariamente a bicicleta como meio de transporte. Todos eles são diretamente afetados pela alta tributação das bikes, peças e afins, e ficam restritos a produtos de menor qualidade. Se colocarmos no pacote as bikes estrangeiras, que chegam a triplicar ou até quadruplicar de preço ao desembarcar por aqui, então…
Essa inacessibilidade faz com que muitos se sintam desestimulados e acabem migrando para outros meios de transporte, principalmente os motorizados.
O Brasil hoje é o terceiro maior produtor de bicicletas no mundo (4%), ficando atrás somente da China (67%) e da Índia (8%). Representamos 4,4% do mercado internacional, sendo o quinto maior consumidor de bikes. Observando o consumo per capita, ficamos na vigésima segunda posição, conforme dados da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).
Em 2013, a queda nas vendas de magrelas foi de 22%. Desde 2008, evidenciamos um encolhimento da produção e consumo de bikes no país. Em contrapartida, a tendência no mercado mundial aponta que, nos últimos 30 anos, a produção de bicicletas foi 200% superior a de automóveis.
Um dos responsáveis pelos preços muitas vezes exorbitantes de magrelas é o alto IPI. Segundo Daniel Guth, articulador nacional da campanha do IPI Zero para bicicletas, a luta pela isenção de impostos precisa ser no mesmo formato do que foi feito com os carros.
Só para que se tenha uma ideia, o IPI de um carro popular é de míseros 3%, enquanto o bicicleta, veículo que não só faz bem à saúde como faz bem ao ambiente, além de destravar o trânsito cada vez mais maluco das grandes cidades, é 10%. A bicicleta fabricada no Brasil é uma das mais caras do mundo, segundo dados da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas) ( ). A tributação média sobre o custo de uma bicicleta vendida no Brasil chega a 72,3%.
A indústria americana propõe que as tarifas sejam reduzidas com base na questão ecológica. Os representantes do mercado americano e o grupo “People For Bikes” () propõe que as tarifas sobre as bikes importadas acabem ou sejam reduzidas, alegando que elas são essenciais para o meio ambiente. Inúmeras audiências estão reunindo com empresários e grupos ligados à bike com a finalidade de reduzir os tributos sobre não só esse produto, como para outros ambientalmente amigáveis.
A isenção do IPI () para bicicletas, partes e peças, é apenas uma das medidas urgentes para corrigir essa desigualdade socioeconômica, necessária para estimular a produção, importação, exportação e também para fomentar o uso da bicicleta, proporcionando um valor mais ajustado ao bolso do brasileiro. Zerando o IPI para as bikes, o Brasil aumentará em 11% as vendas, trará maior arrecadação para o governo federal e, por fim, muito mais brasileiros sairão pedalando, proporcionando maior qualidade de vida para as pessoas.