Milenar na cultura oriental, o kombucha é uma bebida feita a partir de leveduras e bactérias benéficas (Acetobacter) que fermentam o chá preto misturado com açúcar. Tem um sabor adocicado, levemente ácido e gaseificado. Seus efeitos benéficos têm despertado muito interesse e curiosidade sobre esta cultura. Ela consiste na doação de colônias, também conhecidas como “scoby”. São discos gelatinosos parecidos com panquecas, para que se possa preparar em casa.
Benefícios relatados como redução da pressão arterial, melhora da digestão, dores de cabeça, hemorroida, artrite, gota, diabetes, fadiga, stress, doenças metabólicas e câncer, não foram comprovados cientificamente. No entanto, a nutricionista e chef de cozinha, Carina Müller, explica que o Kombucha deve ser considerado um alimento e não um medicamento de uso terapêutico. “Trata-se de um probiótico, isto é, alimento com organismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas, oferecem benefícios à saúde”, diz.
A nutróloga Andréia Guarniei afirma que o alimento contribui para a melhora da flora intestinal. Esta, está diretamente ligada à imunidade e consequentemente a outros problemas de saúde, tais como candidíase, constipação, cistite, infecção urinária, diarreia, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn, inflamação intestinal. “Propriedades bactericidas, fungicidas e anti-inflamatórias também podem ser atribuídas à bebida”, diz a médica. Carina completa: “Estudos relatam melhora no sono e alívio de dores em ratos. Desta forma, pode contribuir para o processo de emagrecimento, desde que acompanhado de uma dieta equilibrada”, afirma a nutricionista.
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Preparo do Kombucha
A forma de preparo é relativamente simples, conforme ensina Carina Müller:
Prepare um chá (pode ser preto ou verde). Misture o açúcar (que será o alimento dos microrganismos) e deixe esfriar até uma temperatura amena antes de colocar a colônia, para que esta não morra devido à alta temperatura. Em seguida, coloque em um vidro e adicione a colônia com mais 10% do líquido de outro Kombucha. Cubra com um pano limpo e amarre com um barbante ou elástico para não entrar nenhum inseto.
A fermentação deve acontecer de 6 a 10 dias, dependendo da temperatura ambiente. O vidro deve ficar num local arejado e sem luz direta. Depois coe e está pronto para o consumo. Se quiser uma bebida mais gaseificada como um refrigerante ou espumante por exemplo, deve-se fazer a segunda fermentação. Desta vez, em garrafas PET. Nela é possível fechar e retirar totalmente o ar de dentro para uma fermentação anaeróbica (uma técnica um pouco mais sofisticada).
O produto final é uma bebida levemente carbonatada com ácidos orgânicos, vitaminas, minerais e os componentes presentes nos chás naturalmente, tais como antioxidantes (flavonoides e catequinas), cafeína e aminoácidos. Uma bebida rica nutricionalmente. Para a nutricionista, o consumo recomendado é de 100 ml a 300 ml por dia.
Atenção: Apesar de não possuir toxidade, o preparo do Kombucha deve ser muito cuidadoso. Todos os utensílios devem ser esterilizados e limpos antes do uso para evitar contaminação da bebida por microrganismos.