Apesar de praticado desde tempos remotos, o jejum ainda é um hábito controverso. E um método aplicado desde 2012 movimentou novamente as discussões: o jejum intermitente, quando a pessoa fica longos períodos sem comer, exigindo que o corpo queime seu estoque de energia (gordura) durante esse tempo. As dúvidas ainda são muitas e a nutricionista Flaviane Calônego, especialista em metabolismo humano, esclareceu pontos importantes. Veja:
Tudo sobre jejum intermitente
Qual o perfil de uma pessoa que pode fazer o jejum intermitente?
“É indicado para todas as pessoas que busquem melhoria na saúde geral. Porém, o jejum intermitente não é indicado para indivíduos com histórico de distúrbios alimentares, grávidas, lactantes, crianças, pessoas com diabetes ou insulinodependentes, com distúrbios gástricos, idosos acima de 70 anos ou em circunstâncias de alto estresse, pessoas que realizam excesso de treino ou com necessidade de alta performance e pessoas que buscam o crescimento da massa muscular e ganho de peso.”
Muitas pessoas se exercitam durante o período de jejum para queimar mais calorias. Isso é recomendado ou perigoso?
“É recomendado. Somente em jejuns mais severos (acima de 16 horas) não é indicada a prática. O benefício é a melhoria da composição corporal: o jejum não só reduz o percentual de gordura mas favorece o ganho de massa magra, pois essa prática faz produção de gH (hormônio do crescimento), beneficiando a hipertrofia muscular.”
Durante o período de jejum, posso ingerir líquidos? Quais, em que quantidade e em que momento desse intervalo de horas?
“É permitido tomar água, café, chás e outras bebidas não calóricas.”
Para o jejum intermitente funcionar, qual deve ser a composição das refeições no período em que pode comer?
“O ideal é que nos períodos de ingestão haja uma dieta variada e equilibrada, com alimentos saudáveis contendo todos os nutrientes essenciais. Nada de consumir besteiras ou calorias vazias.”
Qual intervalo de tempo sem comer é mais recomendado? 12, 16 ou 24 horas? Ou também depende do perfil?
“O melhor intervalo de ingestão e restrição calórica irá depender do perfil genético, hábitos alimentares atuais, rotina e resultados de diversos exames do paciente.”
O jejum intermitente é para ser feito por um período determinado de dias ou pode ser um hábito diário?
“Eu mesma realizo há dois anos, porém nos intervalos corretos para o meu perfil e organismo. Ele pode tornar-se um hábito diário se essa for a orientação do profissional de nutrição capacitado. Nenhum protocolo, porém, recomenda essa continuidade.”
Para quem tem o perfil e segue corretamente as recomendações, quais os benefícios do jejum intermitente?
“Ele previne doenças como a obesidade e o câncer, aumenta o tempo de vida, aumenta o nível de massa magra e melhora a composição corporal. Causa, ainda, maior oxidação de gordura (queima), diminuição de colesterol LDL, redução dos níveis de insulina, modulação da inflamação, redução do estresse oxidativo, melhoria da motilidade intestinal, redução da frequência cardíaca e pressão arterial, redução da leptina, redução de apetite e desejos por doces.”
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