Quem pratica corrida sabe que é preciso ficar atento ao impacto que as articulações podem sofrer com a atividade. De acordo com o ortopedista Bruno Rabello, a lesão no quadril pode aparecer a medida que em que o indivíduo aumenta a velocidade nas passadas.
Além disso, é preciso ficar atento em como a lesão no quadril é desenvolvida. “O apoio em uma perna só, aumenta até nove vezes o peso do corpo e toda essa carga é transferida para a área da articulação”, explica. Isso não significa que todo atleta terá lesão no quadril ou desenvolverá artrose.
Segundo estudo publicado recentemente no American Journal of Sports Medicine, a relação de lesão nos quadris parece estar mais ligada aos movimentos torção ou de rotação, do que propriamente à sobrecarga na cartilagem.
O ortopedista explica que a lesão no quadril gerada pela corrida ocorre no sistema musculotendíneo, sendo os estiramentos parciais dos tendões, os mais comuns. “Esse processo pode surgir tanto no atleta amador, que inicia o exercício sem planejamento e gera um estresse na musculatura, como naquele de elite, por excesso de treino”, comenta o especialista.
Para evitar problemas, o médico recomenda a realização da análise biomecânica da marcha em casos específicos. O exame analisa diversos grupamentos musculares e suas ações na dinâmica da corrida, buscando alterações das simetrias dos membros, alterações de inclinação anômalas das articulações e fraqueza de alguns grupamentos musculares. “Mas é importante procurar um especialista a qualquer dor que persista por mais de 48 horas em repouso, que altere o padrão de movimento e que cause restrição”, alerta.
Se o caso for recuperar lesões a curto prazo, o Dr. Bruno aposta nos tratamentos biológicos guiados por ultrassom, associados a uma fisioterapia específica e controle por termografia. “Viscosuplementação com ácido hialurônico para nutrir a cartilagem e em alguns casos a artroscopia do quadril são ferramentas interessantes”, indica meios para evitar a lesão no quadril.
Além da lesão no quadril, aproveite e saiba sobre os 4 problemas no joelho mais recorrentes:
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Condromalácia patelar: de grande prevalência na população, especialmente em adolescentes do sexo feminino, ela se refere a uma lesão mecânica da cartilagem. Normalmente está relacionada ao mau alinhamento do mecanismo extensor (tendões do quadríceps-patela-tendão patelar). É preciso investigar o paciente, pois muitas vezes o problema pode estar relacionado aos pés de perfil plano ou no quadril (fraqueza do glúteo médio). – Foto: Pixabay
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O principal mecanismo de lesão é quando a pessoa medializa o joelho (posição em forma de “X”), deixando uma pequena área da patela (osso redondo localizado na parte frontal do joelho) apoiada no tróclea (onde a patela fica apoiada), causando alta sobrecarga, dando início à lesão. Essa medialização do joelho também pode ocorrer em pessoas de joelho arqueado. Geralmente, sessões de fisioterapia são o suficiente para melhorar o quadro. – Foto: Pixabay
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Artrose: é uma lesão da cartilagem da patela, porém de origem degenerativa (envelhecimento da cartilagem) ou traumática, por meio de fratura. Atletas que realizaram atividades esportivas de alta intensidade e por muito tempo tendem a desenvolver a chamada “artrose precoce”, devido ao excesso de uso. Ambas causam dor e incapacidade, mas podem ser tratadas com medicações, fisioterapia, infiltrações e procedimentos cirúrgicos mais invasivos. – Foto: Pixabay
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Lesão do ligamento cruzado anterior: geralmente ocasionada pela torção do joelho. O ligamento cruzado anterior tem pouca capacidade de cicatrização e, portanto, dificilmente recupera sua antiga forma. Porém, nem todas as lesões são cirúrgicas: é possível que o atleta tenha uma lesão parcial do ligamento, a qual não causa nenhum tipo de instabilidade do joelho, podendo realizar atividades físicas sem limitações. Porém, quando é necessária a cirurgia, o paciente deve ficar afastado de treinos e competições por 6 meses. – Foto: Pixabay
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Joelho do corredor: existe uma estrutura na região lateral da coxa e joelho chamada de banda iliotibial. Quando você corre, ela se movimenta para a frente e para trás. As pessoas que possuem joelhos mais arqueados (o oposto do joelho em “X”), fazem com que uma região do fêmur – o epicôndilo – fique mais protuberante. Com a prática da corrida, esse epicôndilo entra em atrito com a banda iliotibial, lesionando essa região. Tratamentos conservadores, principalmente a fisioterapia, costumam gerar bons resultados. – Foto: Pixabay