Quem pensa que a corrida traz apenas benefícios físicos, está bem enganado. Quem corre sabe o quão terapêutico o esporte pode ser, colaborando não só para a saúde do corpo, mas também da mente. Christiane Pauloni Brito, 44 anos, bióloga, moradora de Curitiba (PR), conta um pouco de sua experiência com a corrida e como ela a ajudou nesse sentido.
Acompanhe mais uma atleta da nossa série sobre mulheres ultramaratonistas:
“Minha história com a corrida começou há três anos, mas sempre fui muito ativa. A Bruna Camargo, que é educadora física e dona de uma assessoria esportiva que leva seu nome, me chamou para participar de uma corrida de montanha no morro do Capivari, na região de Campina do Sul (PR). As distâncias eram de 6 km e 12 km. Optei pela primeira, com 3 km de subida e outros 3 km de descida. Para minha surpresa, fiquei em oitavo lugar (geral). Fiquei completamente encantada com a experiência, a paisagem e tudo o mais. Não parei desde então: foram muitas provas de trilhas e asfalto. Tenho preferência pelas provas que promovem contato com a natureza.
Os benefícios que a corrida me trouxe foram muitos. Quando iniciei a prática, tomava antidepressivo e calmante. Com 8 meses de corrida, nunca mais precisei tomar nenhum deles!
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Aos poucos, fui evoluindo em distância. Foram várias provas de 21 km, 22 km, 26 km, 32 km e uma maratona, que fiz no final de 2015. Fiquei tão entusiasmada com os 42 km que coloquei na cabeça que faria uma ultra em 2016. Iniciei este ano com provas menores, até chegar aos 32 km – todas envolvendo natureza, com cenários belíssimos. De todas as aventuras de que participei, destaco: K21 Rancho Queimado, Naventura e Indomit Costa Esmeralda.
Gostei de muitas provas que fiz: Morro do Canal da Correr e Nadar, Naventura Caminho da Viamão, Ilha do Mel, todas belíssimas. Treinei muito, já que uma ultramaratona exige o máximo do nosso corpo. Em outubro, realizei finalmente o sonho de fazer uma ultra de 50 km. A prova escolhida foi a Indomit Costa Esmeralda, em Bombinhas (SC). Percurso sensacional, permeado de praias, costões, trilhas e asfalto. Estava muito calor, o que adoro, mas muita gente reclamou. O desafio foi duro, com muitas subidas e descidas. Pela primeira vez em uma prova, chorei na linha de chegada. Várias coisas me passaram pela cabeça, como todo o esforço feito para chegar até lá.
Para o ano que vem, já tenho em mente a Ultra dos Perdidos, que é uma prova bem difícil por conta de sua variação de altitude, e quero muito fazer uma corrida fora do país. Outro plano é buscar uma assessoria esportiva, já que até agora treinei por conta própria. Quero me superar cada vez mais!”
Texto e Pesquisa: Amanda Preto e Gabriel Gameiro | Edição: Victor Moura