A famosa frase “no pain, no gain” (“sem dor, sem ganho”) é repetida como um mantra por quem frequenta academias. Mas até onde esse esforço deve ir? Quando o assunto é treinar pernas em dias consecutivos, a recomendação dos especialistas é clara: o descanso não pode ser ignorado.
A seguir, entenda mais sobre esse período de descanso entre os treinos e sua importância:
Descanso é parte do treino
De acordo com a nutricionista e personal trainer Aline Becker, treinar pernas em dias seguidos não é interessante.
“Não pode treinar perna dois dias seguidos, porque a musculatura requer um tempo para recuperação. Por exemplo: o processo de hipertrofia acontece na regeneração das fibras. Durante o treino de musculação as fibras se rompem e então é no descanso que esse processo de recuperação acontece. É preciso do descanso para esse processo de hipertrofia acontecer, caso contrário não vai ter ganho”, disse em entrevista exclusiva ao Sport Life.
Segundo Aline, a recomendação ideal é treinar pernas duas vezes por semana, respeitando intervalos adequados para que o corpo consiga se recuperar.
“Também conseguimos dar o descanso necessário. Além disso, conseguimos também trabalhar as outras musculaturas do corpo”, acrescentou.
Ou seja, na verdade, o lema “no pain, no gain” precisa de um complemento. Afinal, também é importante lembrar que “no rest, no gain”, ou seja, sem descanso, sem ganho.
Intervalos variam conforme a intensidade
O tempo de descanso depende muito do tipo de treino realizado.
“Se for um treino mais intenso, pode levar dois, três, até quatro dias de descanso. A quantidade de dias vai depender muito da quantidade de fibras, que rompeu durante o treino. Agora, se o treino for leve ou moderado, às vezes um dia de descanso já é o suficiente”, orientou Becker.
Esse cuidado, ressalta a profissional, reforça a importância do acompanhamento de um especialista, capaz de ajustar o planejamento conforme os objetivos individuais.
Quais exercícios priorizar?
Na hora de montar o treino de pernas, Aline dá prioridade aos movimentos multiarticulares — aqueles que ativam mais de um grupo muscular e demandam maior gasto calórico.
“Temos que pensar nos exercícios mais complexos, que são aqueles multiarticulares, que pegam mais de um grupamento muscular e que são os exercícios base: agachamento livre, leg press, agachamento sumô e agachamento terra são os exercícios base da musculação. Depois disso, eu gosto de lapidar o formato da perna e do bumbum, com exercícios isolados. Aí vem a parte da caneleira, glúteo quatro apoios, glúteo de quadril, que são exercícios que digamos que pegam um grupamento muscular específico”, detalhou.
