A respiração correta faz enorme diferença quando se trata de melhorar e otimizar a performance esportiva. E entre os atletas profissionais isso se faz ainda mais essencial. Sendo assim, o médico otorrinolaringologista Bruno Carvalho explica como deve ser feita essa respiração. Confira:
Resposta
“É comum respirar pela boca com o intuito de aumentar o fluxo de ar inspirado. Seja para levantar algo mais pesado em casa, andar mais rápido pelas ruas, correr mais rápido pelo campo ou aumentar a carga na academia. Mas, o que pouca gente sabe é que o efeito é exatamente contrário. Em vez de potencializar, quando a respiração não é correta durante uma atividade física, aumentam os riscos de lesões, já que o diafragma fica sobrecarregado e pode até causar câimbras no órgão. Ou seja, o resultado é rapidamente percebido com incômodo dolorido na lateral do abdômen, além de prejuízos que são aumentados em quem mantém este tipo de respiração no repouso. Dessa maneira, respirar pela boca na adolescência pode levar a alterações craniofaciais, como a mordida aberta ou cruzada”, alerta Carvalho.
Dr. Bruno conta que o corpo precisa de uma demanda maior ventilatória durante as atividades. O foco também aumenta nos exercícios de alta intensidade. Por isso, a necessidade de ventilação é maior e muitas vezes o nariz não é capaz de puxar o ar sozinho. “Por este motivo, quem não tem um fluxo nasal adequado, costuma abrir a boca para respirar e temos visto isso em alguns jogadores neste mundial”, explica
Orientações
O adequado é que o ar entra quente e úmido no pulmão em vez de inspirar pelo nariz. Além de ser filtrado pelos cílios das narinas. O ar ambiente que respiramos encontra-se entre 15-27 graus Celsius. Ao chegar ao final do nariz, já está na temperatura corpórea de 36,5 graus e umedecido. Ao passar pela boca, nada disso acontece. “Em quem não respira adequadamente, além das dores diafragmáticas e desconfortos, devido à hiperventilação, pode impactar os treinos e as competições. Como na Copa do Mundo”, avisa.
Outra importante dica do Carvalho é o foco na hora dos treinos de quem busca boa saúde com atividade física. E, no caso dos atletas, nesta Copa. “Para alternar a velocidade e a força durante um treino, é preciso elevar os batimentos cardíacos e isso só ocorre com o consumo mais elevado de oxigênio”, diz.
“O treinamento realizado com uma intensidade adequada, por no mínimo 3 vezes por semana e respeitando as características individuais de cada pessoa, aumenta-se consideravelmente a taxa do metabolismo basal. Que nada mais é do que o consumo de calorias que utilizamos para realizar nossas atividades diárias. Consequentemente isso melhora o condicionamento físico e a diminuição de percentual de gordura em relação ao peso total.
Quem é ele?
Bruno Carvalho é médico especialista em otorrinolaringologia pela ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial). Também é mestre pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).