A prática esportiva é mais do que recomendada para quem deseja mais saúde e qualidade de vida. No entanto, como tudo na vida, o excesso pode ser prejudicial. No caso do esporte, existe uma condição chamada Síndrome do Excesso de Treinamento (SET), que tem sintomas variados. “Muitos atletas, principalmente paralímpicos, desenvolvem a chamada Síndrome do Excesso de Treinamento (SET), que ocorre quando o indivíduo desenvolve várias alterações fisiológicas e anatômicas, lesões no músculo cardíaco, batimentos cardíacos elevados ou irregulares, mesmo em repouso, um crescimento anormal do tamanho do coração, cansaço exagerado e insônia, devido ao excesso de treino”, explica Rogério Krakauer, cardiologista e presidente da Regional ABCDM da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP).
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares matam 17,5 milhões de pessoas por ano. Segundo dados da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), presume-se que ocorram 720 paradas cardíacas no Brasil, todos os dias. Em média, uma morte ocorre a cada minuto e meio.
Diante desse quadro, cada vez mais, é importante que sejam tomadas medidas preventivas e a conscientização sobre práticas degenerativas, reduzindo-se assim a incidência do número de mortes por doenças cardiovasculares. Krakauer explica que, independentemente da nacionalidade, condições sociais e culturais, gênero, dentre outros fatores, as doenças cardiovasculares geralmente acometem pessoas que acumulam fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, colesterol e triglicérides alto, tabagismo, apneia do sono, obesidade, sedentarismo, antecedentes familiares de doenças cardíacas e abuso na intensidade da realização de exercícios e treinamentos físicos.
O médico ressalta que, na tentativa de chegar ao ápice, superando metas, alguns atletas profissionais ou amadores tendem a exagerar, o que pode ser prejudicial à saúde. A recomendação geral para afastar riscos de doenças cardiovasculares, como a própria SET, os atletas devem se preocupar com o controle de peso, alimentação, sono e praticar com bom senso as atividades físicas que lhe agradam.
“As atividades mais indicadas são aquelas que permitem um aumento progressivo da frequência cardíaca, até atingir 60% a 85% da frequência cardíaca máxima, determinada pela idade ou por exames, como o teste ergométrico em esteira ou bicicleta, por exemplo. A frequência média deve ser de 5 a 7 vezes por semana. Os portadores de deficiências físicas, a exemplo do que vimos na Paralimpíada, têm condições, adaptando os exercícios, de atingir essas metas, sendo vitoriosos e ao mesmo tempo saudáveis”, reitera o cardiologista.