A vida saudável exige várias renúncias, exemplos: recusas ao consumo de refrigerante, fast food, doce e comidas gordurosa. Principalmente para quem “nasceu” e cresceu no universo esportivo, caso da ex-oposta da Seleção Brasileira Feminina de Vôlei Sheilla. Aí é que vem a pergunta: Sheila é fitness? Conheça o cotidiano saudável da referência no vôlei.
Sheilla é adepta do estilo fitness?
“Não. Eu me considero atleta. Alta performance. Eu cuido da minha saúde, alimentação, corpo e da minha mente. Não sei. Mais do que fitness eu falo mente de atleta”, respondeu Sheilla com exclusividade para o Sport Life. O motivo desse perfil é período de 25 anos como jogadora, cujo início aconteceu na extinta equipe do Mackenzie-MG e o fim no Athletes Unlimited, dos Estados Unidos.
A alimentação e treinos da eterna camisa 13 da Seleção
Não importa se Sheilla está dentro ou fora de casa, ou seja, o ovo está presente no seu café da manhã entre duas até três quantidades. A variação de carboidratos com batata doce, tapioca ou cuscuz e as frutas, como mamão ou banana, manga e kiwi com aveia fazem parte da sua rotina. Além de ter excluído o consumo de pão no seu lar, também diminuiu a ingestão de glúten.
“O ovo não aumenta o risco de doenças cardiovasculares. De acordo com pesquisas publicadas, o consumo de dois a três ovos por dia melhora o HDL (colesterol bom) e ainda aumenta a luteína e a zeaxantina sérica, que têm uma função antioxidante muito importante para o organismo”, explicou a nutricionista do Instituto Ovos Brasil Lúcia Endriukaite.
“Um cardápio variado como o descrito acima para o atleta, além da função dos ‘macronutrientes’, que são proteínas, carboidratos e gorduras, provê uma variedade do que chamamos de “micronutrientes”, que são vitaminas e minerais, além de compostos antioxidantes como flavonoides, que são essenciais para praticantes de atividade física e atletas”, comentou para o Sport Life o nutricionista da MedSculp Dr. Carlos Basualdo.
Esses alimentos “turbinam” Sheilla logo no início do dia para prática de yoga, prática conhecida pela proposta de “conectar” o trabalho do corpo e a mente para que controle tanto a ansiedade quanto o stress. A ídolo do vôlei conciliar o yoga com a rotina de trabalhos em uma academia.
A transição de Sheilla para renúncia ao açúcar
Outra curiosidade é o fato da Sheilla não ingerir nada com açúcar. A ex-atleta admite que sempre pautou pela boa alimentação em prol da sua boa performance e ao mesmo tempo tornou-se “chocólotra” quando atuava na Itália pelo Scavolini Pesaro.
“Não comia sempre. Procurava chocolates de 70% de cacau e época de campeonato importante cortava chocolate e diminuía muito açúcar, que para mim era sobremesa doce depois do almoço. Nunca fui de adoçar café, chá, sucos e limonada”, recordou Sheilla de como era o seu hábito alimentar antes dessa mudança.
Assim, a antiga oposta da Seleção sempre teve consciência da relevância da alimentação saudável e busca alternativas para substituir o açúcar no dia a dia. “Nunca tive problema com peso. O meu problema sempre foi contrário em ganhar massa muscular. Inclusive, depois de parar de jogar todo mundo fala: ‘Ah, você parou de comer açúcar. Por que se você não tem problema com peso?’ Não foi por isso que eu parei de comer açúcar. Eu parei por questão de saúde”, admitiu.
O atual momento
Sheilla exerceu o cargo de auxiliar técnica do treinador Nicola Negro, do Gerdau/Minas Tênis Clube, tricampeão consecutivo da Superliga Feminina A (2018/19, 2020/21 e 2021/22), logo após a sua aposentadoria no primeiro semestre de 2022. No entanto, não se identificou com essa função e decidiu fazer cursos e palestras sobre alta performance.
“Eu dou palestras, mentorias, participo de mesas de debate, participei de um congresso internacional e faço mental coaching para poucos atletas. Eu aproveito muito as minhas filhas gêmeas Liz e Ninna o máximo de tempo que eu puder. A minha vida hoje é essa”, garantiu.
Seleção Brasileira
É impossível não abordar esse assunto com a Sheilla, que foi medalhista de ouro por duas vezes com o Brasil nas Olimpíadas de Pequim (2008) e Londres (2012). Experiente nesse tema, Sheilla citou o quão é gostoso o clima do atual elenco do técnico José Roberto Guimarães e que pode surpreender.
“Você vê que as meninas têm prazer de estarem juntas. Um grupo que quer evoluir e que busca melhorar em todos os aspectos. Têm grandes líderes, falo tanto do José Roberto, comissão técnica e quanto a Gabi como capitã para guiá-las. Mostrou em 2022 para o mundo a capacidade que tem de chegar à Olimpíada de Paris (2024) como uma das favoritas. Eu tenho certeza de que elas vão buscar isso”, declarou.
Não há a certeza da continuidade do trabalho do José Roberto à frente da Seleção após o ciclo Paris 2024. Caso Guimarães não continue, Sheilla foi breve quanto a possibilidade da CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) contratar um técnico brasileiro ou estrangeiro.
“Não sei opinar sobre isso. Teria que pensar quem tem no Brasil e o que tem fora, mas eu acho que tem brasileiro que pode assumir, sim. Sinceramente. Eu acho que antes de procurar fora procuro dentro de casa”, concluiu Sheilla.