Quando o cérebro se esgota devido a um trabalho mental intenso, precisa de energia para se recompor, o que produz uma mistura de fome e ansiedade, que pode atrapalhar a dieta e levar a comer a primeira coisa que encontrar, mesmo que não seja nada saudável. Aliás, se não for saudável, melhor ainda! Nessas horas, o corpo pede algo geralmente rico em açúcar, gordura e sal, como se essa guloseima fosse uma recompensa para tantas horas de trabalho.
Antes de sair atacando a geladeira e se arrepender logo em seguida, melhor conferir um estudo das universidades de Alabama e Birminghan: os pesquisadores recrutaram um grupo de 38 estudantes. Na primeira semana, eles foram convidados a comer quantas pizzas quisessem depois de 35 minutos de relaxamento. Na semana seguinte, os participantes tiveram que completar uma prova mental cansativa. O grupo, então, foi dividido em dois: metade descansou 15 minutos, a outra metade fez 15 minutos de exercícios de intervalos de alta intensidade em uma esteira. Logo depois, foram convidados novamente a comer quantas pizzas quisessem.
Os resultados foram significativos: o grupo que descansou depois da prova mental comeu mais pizza que na semana anterior, uma média de 100 calorias a mais. Já o grupo que praticou exercício depois da prova comeu cerca de 25 calorias a menos.
O autor do estudo, William Neumeies, explica que, quando o cérebro está esgotado, necessita de mais energia, o que nos induz a comer um pouco mais do que o habitual para repor as reservas rapidamente.
Porém, quando praticamos exercícios, os músculos liberam ácido lático no sangue, que se converte em lactato, uma fonte de energia rápida para o cérebro. Assim, ao treinar depois do esforço mental, estamos produzindo “alimento” para o cérebro, o que nos ajuda a comer em menor quantidade e menos calorias.
Além disso, os 15 minutos de exercício em alta intensidade queimam calorias extras, ou seja: benefício em dobro! A atividade física ainda estimula temporariamente os hormônios que suprimem o apetite, o que, aliado à distração que ela promove, é um incentivo para comer de forma controlada e fazendo melhores escolhas.
Calce o tênis!
O dia de trabalho foi intenso e tudo o que você quer é chegar em casa e se jogar no sofá com um pote de sorvete, certo? Mas, acredite: é só persistir 5 minutinhos pra começar a sentir as vantagens de ter dado o primeiro passo. Assim, o ideal é sair para se exercitar logo depois daquele plantão de fim de semana, aquela hora extra no final do dia, aquele trabalho que demorou para ficar pronto no meio da semana.
Como as atividades intensas são as que mais fazem efeito para aliviar a vontade de se alimentar inadequadamente, experimente uma corrida rápida ou um treino que junte exercícios de força e metabólicos.
Sem sair da dieta
Esgotou a mente e não tem como sair do trabalho para uma corridinha? Use outros truques para não se render àquela barra de chocolate (que muita gente tem dentro da gaveta). Mantenha no local de trabalho pequenas porções de oleaginosas (castanha-de-caju, castanha-do-pará, avelãs, amêndoas, etc.), que contêm gorduras benéficas. Esses nutrientes saciam a fome e reduzem a vontade de comer doce.
Mas separe esses alimentos em porções individuais, de um punhado apenas! Pode apostar também em alimentos que dão mais energia para o cérebro, como banana, chá-mate, chá de capim-limão ou alguma fruta rica em vitamina C.