Os exercícios físicos são grandes aliados na prevenção de doenças como diabetes, infarto, AVC, osteoporose e obesidade, se feitos com regularidade e associado a uma alimentação de qualidade. Porém, algumas vezes, no pós-treino pode ser desencadeado alguns desconfortos e abrir espaço para o surgimento de tonturas, dores musculares e de cabeça.
De vez em quando, é normal esses problemas surgirem, pois o indivíduo pode ter elevado o nível de treino e o corpo ainda não está acostumado com a nova rotina. No entanto, deve-se prestar atenção se isso acontece com frequência, pois segundo o médico especialista em nutrição Rafael Lopes, isso não é normal.
“A pessoa que costuma ter alguns desses sintomas, obrigatoriamente, precisa ser avaliada por um médico e realizar uma bateria de exames, para assim descobrir causas. Pode ser um problema cardiológico ou arritmia cardíaca benigna, que não mata, mas causa um mal estar quando se precisa de um recurso respiratório maior, no caso de um exercício físico. Então, primeiro, é preciso investigar os motivos do mal estar”, completa.
Além de dores musculares, tonturas, cãibras, o médico acrescenta que os praticantes também podem ter crises de hipertensão e alteração do metabolismo da glicose, mesmo não sendo diabético, durante a prática da atividade física.
Para tanto, é possível evitar esses desconfortos sem mesmo precisar passar por uma avaliação médica. Rafael Soares pontua que os cuidados são tomados antes mesmo do indivíduo partir para o exercício físico, como se hidratando bem ao longo do dia e consumindo algum tipo de proteína, por pelo menos 1 hora antes do treino.
“É crucial ter uma alimentação ao longo do dia e tomar bastante água, sendo 35 mL para cada quilo, e também mais meio litro antes de iniciar a atividade física, para estar bem mais hidratado”, disse.
Em relação ao pré-treino, o nutrólogo reforça que “todo exercício exige uma necessidade energética maior, ou seja gastar muita energia. Para isso, é preciso fazer uma refeição, de preferência 1 hora antes, que tenha uma quantidade razoável de carboidratos, para que os mesmo queimem a quantidade de energia necessária”.
Frutas, batata doce, chocolate 70%, associado a algum tipo de proteína, como: ovos, frango, suplemento BCAA ou Whey Protein, são recomendados pelo nutrólogo. “Se mesmo com essa adequação de alimentação e ingestão correta de quantidade de água, a pessoa ainda sentir mal estar no pós-treino, ela precisa de um médico para avaliar se existe alguma alteração no organismo a ser tratada”, acrescenta.
Abaixo foi elencado alguns desconfortos mais comuns e, em seguida, como evitá-las
1) Tonturas e náuseas: A primeira ocorre devido a uma mudança rápida de posição do corpo, exemplo: quando você está deitado fazendo um abdominal e se levanta bruscamente. Por sua vez, as náuseas são desencadeadas por causa de um exercício intenso, ingerir alimentos pesados ou muita água, e realizar exercícios em temperaturas muito elevadas
Como evitar: “Ambas estão relacionadas a desidratação, então tome a quantidade de água ideal, sem mais ou menos. Evite também fazer movimentos bruscos, pois durante um exercício físico, o coração bombeia muito sangue, então a pressão sobe, e se a pessoa pára de repente, existe uma queda, o que vai ocasionar esses desconfortos, que na verdade são reflexos do corpo”.
2) Dores musculares: Costuma surgir no dia seguinte após o treinamento. “Estão relacionados ao excesso de atividade física, então o indivíduo deve ter a consciência de que, pelo menos, uma vez na semana tem que se evitar qualquer exercício físico, porque precisa de uma regeneração muscular”.
Como evitar: “A dieta tem que ser rica em nutrientes, aminoácidos e proteínas adequadas e suplementar com algumas vitaminas. Isso vai ajudar o músculo a se regenerar no tempo certo”.
3) Espasmos musculares: Causadas pelo descondicionamento físico e pela depleção completa dos nutrientes nos músculos.
Como evitar: “É importante se aquecer antes das atividades e ajustar a dieta e o padrão de treino, não ultrapassando o limite que o impõe”, finaliza.