Hoje, 22 de março, é o Dia Mundial da Água. Essa substância é formada pelos elementos químicos hidrogênio e oxigênio e o seu principal benefício é a regulação da temperatura corporal. Ainda assim, existem dúvidas e nesse sentido a médica clínica geral Hospital Anchieta, de Taguatinga (DF), Dra. Patricia Maira Costa vai orientar a hidratação diária em prol do bem-estar.
Os auxílios da médica no Dia Mundial da Água
“A hidratação é uma grande aliada, uma vez que ajuda a reduzir a fome e acelera o metabolismo. Ideal é 30 a 35ml por quilograma de peso por dia. Manter-se hidratado é muito importante para a nossa saúde, ajuda a repor a água perdida, a termorregulação e a eliminação de substâncias tóxicas, além de transportar os nutrientes e manter o bom funcionamento o intestino”, diz Patricia em entrevista exclusiva para o Sport Life.
A ponderação recai para quem está com idade acima dos 50 anos e ainda deve-se levar em consideração os hábitos de vida. Se a pessoa é nova, maior a necessidade de água por dia. Quanto mais experiente o sujeito, menor será a exigência desse consumo. “Uma pessoa a partir dos 50 anos já poderia usar 30ml de água por kg/dia. A partir dos 65 anos, 25ml por kg/dia”, explica a doutora.
Ainda é de se ressaltar de que não há uma “norma” em relação ao consumo de água. Obviamente, não é recomendado tomar toda quantidade de água de uma vez. O equilíbrio o ajuda no tempo de hidratar. “O ideal é sempre você ter uma garrafa e ficar sempre ingerindo água, por exemplo, de duas em duas horas ou três em três horas. Não é obrigatório”, pontua Maira Costa.
Existe o consenso de que nada substitui o poder da água na hora da hidratação, fato que não interfere de alguns complementos para o nosso dia a dia e no tempo de exercício físico. “A melhor forma de se hidratar é com água, mas pode usar chás sem açúcar, água de coco, água saborizada, frutas e isotônicos após os exercícios”, complementa a médica.
Os resultados da hidratação precária
A ingestão insuficiente de água pode acarretar aos sintomas de intestino preso, pele seca, inchaço (retenção líquida), fome, cansaço, fadiga, pedra nos rins e dores de cabeça.
“Se o paciente não estiver conseguindo beber líquido o bastante ou com sintomas, como náuseas, vômitos, diarreia, mucosite, pode ser necessária a hidratação na veia com soro, pois a desidratação grave causa insuficiência renal aguda podendo levar à morte”, destaca Patricia.
Existe ainda a condição clínica que “solicita” cuidado na hora de tomar água. “Quem tem problemas cardíacos, renais e hepáticos graves pode ter restrição à hidratação, mas isso deve ser determinado pelo médico”, enfatiza a doutora.
O que dá para aproveitar da água gaseificada?
Esse produto contém dióxido de carbono (CO2) e é benéfico para hidratação. A água com gás concentra os micronutrientes da água potável, ou seja, não contém calorias. Quer largar o hábito do consumo excessivo de refrigerante? Está aí a boa opção para uma vida saudável no Dia Mundial da Água.
“Água com gás não traz nenhum prejuízo. A água com gás pode ir aos poucos dilatando um pouco o estômago por ocupar mais espaço. É ótima alternativa água com gás com fruta para substituir o refrigerante. Isso tem dado certo em muitos pacientes”, afirma a profissional.
Pesquisas
O estudo da Danone Research foi feito de 2008 a 2014, divulgado em 2017 no congresso da SBAN (Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição) e acusou que os brasileiros tomam pouca água. Afinal, no total, foram abordados 16.276 adultos entre 18 e 70 anos, de 13 nações juntamente com o Brasil.
58,2% de 1.924 adultos e 779 crianças brasileiras de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre cumprem com as orientações da EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar) para o consumo total de líquidos. Mais de 30% das crianças e adolescentes brasileiros sequer aderem as sugestões da EFSA.
Já o Instituto Trata Brasil citou no ano de 2021 que 21,7 milhões brasileiros não desfrutam do acesso à coleta de esgoto nas 100 maiores cidades do país e 5,5 milhões não usufruem da água potável. Sendo assim, a classificação do nível de saneamento nacional destacou que o Brasil não cuida metade do esgoto que gera.