A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, até os seis meses de vida, o bebê seja alimentado exclusivamente pelo leite materno. Assim, nesse período (e no que se segue até o desmame), a lactante deve tomar alguns cuidados especiais com o próprio cardápio. A alimentação da mãe durante a amamentação deve ser equilibrada, tanto por conta dos processos que ocorrem no seu corpo, quanto por conta da interferência no leite que será destinado à criança.
“É bom lembrar que durante a lactação não há razão para iniciar uma dieta de emagrecimento, que pode comprometer a produção e a quantidade de leite e, consequentemente, prejudicar a nutrição do bebê. Para produzir uma boa quantidade, a mãe necessita de uma alimentação balanceada, com aproximadamente 2500 calorias por dia, e muitos copos de água ou qualquer outro líquido”, ressalta a consultora de amamentação Lavínia Springmann.
Alimentação da mãe durante a amamentação: o que comer ?
Os hábitos saudáveis devem começar na gravidez e continuar durante a lactação. De acordo com a especialista, é aconselhável manter uma dieta rica em grãos, cereais integrais, frutas e verduras, além de opções que sejam boas fontes de proteínas, cálcio e ferro. “Gorduras saudáveis também são benéficas para o bebê: abacate, azeite, castanhas, sementes e peixes gordurosos (como o salmão) são alguns bons exemplos. Deve-se evitar as gorduras saturadas encontradas nas frituras, manteiga e gordura vegetal”, recomenda Lavínia.
Fome além da conta?
Costuma sentir muita fome durante quando dá de mamar? Segundo Lavínia, o corpo trabalha 24 horas por dia para produzir o leite do bebê, por isso é natural essa sensação. Assim, o que pode ajudar e ainda oferecer maior energia “é a inserção de um lanche nutritivo (como uma vitamina de iogurte batido com frutas ou uma torrada com queijo) entre as mamadas”, finaliza.
Ingestão de água
Os líquidos são essenciais para a mulher que está dando de mamar, afinal, o organismo está produzindo uma grande quantidade de leite. Mas não se preocupe: “o seu corpo vai se encarregar de avisar quando você deve beber água, uma vez que os hormônios envolvidos na amamentação provocam a sensação de sede”, pontua Lavínia. Por isso, tenha sempre consigo uma garrafinha de água, principalmente na hora de amamentar.
De acordo com a consultora, a urina na cor clara é um sinal de que a lactante está ingerindo uma quantidade adequada de líquidos.
Café, bebidas alcoólicas e cigarro
Duas preocupações nessa fase, que pode se estender por anos, envolvem a ingestão de álcool e de café. “A cafeína e álcool podem passar da corrente sanguínea para o leite, por isso o mais indicado é evitar excessos”, afirma Lavínia. De acordo com consultora, uma xícara de café por dia não fará mal ao bebê, mas, com relação às bebidas alcoólicas, o melhor é evitá-las.
Mas a polêmica fica por conta do cigarro: a nicotina passa para o leite e pode trazer prejuízos à criança. No entanto, em casos nos quais a mãe não consegue vencer o vício, o ideal é procurar a orientação de um especialista. Isso porque existe quem defenda como melhor alternativa a substituição do leite materno por opções industrializadas por conta dos riscos, ao mesmo tempo em que há a ideia de que a produção da mãe ainda é a mais benéfica para o bebê.
Alimentos x cólicas
A alimentação da mãe durante a amamentação pode causar cólicas nos pequenos? Na verdade, ainda não existe um consenso sobre essa relação. Algumas pesquisas elencaram pratos que podem possuir esse “efeito colateral”, mas nada comprovado cientificamente: brócolis, feijão, repolho, cebola, carne vermelha e leite de vaca estão entre os suspeitos.
Diante desse cenário, a mulher pode monitorar os resultados do consumo dos ingredientes e evitá-los se achar necessário – sempre com a orientação de um profissional.
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Consultoria: Lavínia Springmann, Consultora da Amamentação da NUK, empresa de produtos infantis.