No último sábado (20), vivemos a chegada do outono no hemisfério sul. Nessa época, em que ocorre a transição do período chuvoso para o seco, a umidade do ar e a temperatura começam a diminuir. Com isso, aumenta a concentração de poluentes na atmosfera. Isso favorece o aparecimento de doenças respiratórias, como explica Jefferson Pitelli, otorrinolaringologista do Hospital Anchieta de Brasília.
“A grande concentração de poluentes na atmosfera, bem como a concentração de pessoas em locais pouco ventilados, predispõe ao aparecimento de doenças respiratórias. As mais comuns são gripes, resfriados, bronquite, asma, rinites e sinusites“, pontua.
Muitos dos sintomas dessas doenças comuns com a chegada do outono se parecem com as da Covid-19. Esse é outro motivo para redobrar os cuidados, mesmo estando mais tempo dentro de casa, como aponta o médico.
“Estamos passando mais tempo em nossas casas, isso faz com que ocorra a diminuição da disseminação de vírus e bactérias entre as pessoas. Os adultos fazem home office, as crianças não vão à escola, o uso de máscaras e álcool em gel no dia dia tornam-se responsáveis pela diminuição dos casos de doenças respiratórias comuns na chegada do outono. Contudo, vivemos em um momento atípico, onde os casos de Covid-19 não param de subir, elevando assim, os índices gerais de doenças do aparelho respiratório. Mesmo passando mais tempo em casa, doenças alérgicas como rinites e bronquites podem acometer os indivíduos, pois dependem apenas de agente alérgeno para desencadear os sintomas. Mas, algumas medidas simples podem ajudar a diminuir a incidência, como: manter a casa sempre arejada, evitar tapetes e cortinas, trocar roupas de cama com frequência e, quando lavá-las deixar, ao sol para secar”, afirma.
Reforce os cuidados com a chegada do outono
Por fim, Jefferson Pitelli reforça a importância de manter os cuidados pela chegada do outono. Segundo ele, o menor número de poluentes no ar não pode ser desculpa para se descuidar.
“Com a diminuição dos veículos nas ruas, diminuição no funcionamento de empresas e fábricas, há uma tendência de queda nos poluentes no ar. No entanto, somente esses fatores não são responsáveis pela diminuição das doenças respiratórias, tendo em vista que vírus e bactérias também são transmitidos nos contatos entre os indivíduos. Dessa forma, a melhor maneira de se proteger é usando máscaras, álcool em gel e evitando aglomerações”, complementa.