Um dos mitos que causa mais dúvidas nas pessoas é: comer antes de dormir faz mal? Há ainda quem afirme que fazer se alimentar antes de ir para cama engorda. Contudo, segundo a coach e atleta Renata Spallicci, tudo vai depender do alimento escolhido para a refeição.
“Não é a hora em que você come, mas sim o que você come! A teoria do ‘não coma à noite’ parece bastante lógica à primeira vista, afinal quanto mais cedo você consome calorias, mais tempo você tem para queimá-las ao longo do dia”, explica Renata. Ela ainda aponta um estudo feito que comprovou que adultos saudáveis queimam menos calorias digerindo uma refeição à noite do que durante o dia.”No entanto, sempre é importante que tenhamos em mente, ao interpretar estudos como este, que muitos deles são feitos em populações muito específicas, portanto, os resultados podem não ser aplicáveis a todos”, notifica a coach.
Uma coisa que é preciso levar em conta sobre a questão são os hábitos de cada um. “Se a pessoa for ensinada a comer a cada três ou quatro horas para maximizar a síntese de proteínas, então por que mudar essa rotina no final do dia?”, aponta Renata. Ela ainda explica como surgiu o mito de que comer antes de dormir engorda. “Alimentar-se muito próximo à hora de dormir pode sim aumentar os níveis e a resistência à insulina e níveis elevados de insulina fazem com que você armazene gordura em vez de queimá-la”, comenta.
Porém, algumas pesquisas mostraram que mulheres que faziam uma refeição antes de ir para cama e se exercitavam pelo menos três vezes por semana, não tiveram alteração nos níveis de insulina. “Logo, se você pratica exercícios com regularidade, a hora da sua última refeição não importa tanto assim. Por isso, é mais importante se concentrar no que você come à noite do que na hora em que você come”, aponta a coach.
Ela ainda conta que o segredo está em escolher os alimentos certos, assim o corpo recuperará os músculos durante o sono. “A melhor aposta para um lanche noturno é proteína. Whey é o tipo mais comum, mas a caseína é tradicionalmente considerada a melhor para consumir antes de dormir. Ela é liberada no estômago e absorvida na corrente sanguínea mais lentamente do que o soro do leite, tornando-a ideal para o anabolismo prolongado durante a noite de sono” durante os sono”, indica Renata Spallicci.
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BANANA: Não é à toa que ela é uma das frutas preferidas dos corredores. Possui poucas calorias, é de fácil digestão e ainda é fonte de carboidratos e de potássio, importante para manter a pressão sanguínea controlada. O potássio também ajuda a evitar cãibras. Para incrementar o consumo, amasse a fruta com duas colheres de aveia, ótima opção de pré-treino. – Foto: IStock
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ÁGUA DE COCO: Isotônico natural, a bebida pode e deve fazer parte da sua alimentação em qualquer horário. “Os açúcares e sais minerais da água de coco são importantes para uma rápida hidratação, sem pesar no estômago”, aponta Paula. Sem falar no potássio. Ele ajuda a prevenir contra o desconforto das cãibras, a fadiga muscular e a desorientação mental, no caso de você correr longas distâncias. – Foto: IStock
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ESPIGA DE MILHO: Comer uma espiga quentinha antes do treino vai lhe dar uma boa dose de vitamina B6, que facilita a contração muscular, e de vitamina A, importante para a saúde dos olhos e para o fortalecimento do sistema de defesa. Sem falar que é um lanche rico em fibras, presentes na casca do grão, diferentemente do trigo e do arroz. O milho também contém quantidades significativas de antioxidantes – eles de novo! – para prevenir o envelhecimento precoce. – Foto: IStock
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AMARANTO: É um ótimo complemento para ser consumido com sua fruta ou vitamina preferida no treino noturno. “Isso porque ele contém entre 12% e 17% de proteína de alta qualidade, apresentando bom balanço de aminoácidos essenciais se comparado a outros cereais”, explica Paula. O amaranto também tem fácil digestão e você pode incluí-lo em receitas de bolo (ele também é vendido em empórios na versão em farinha), tortas ou salpicá-lo na salada. O sabor meio amargo do grão ou do floco é quase imperceptível. – Foto: IStock
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PÊRA: Suculenta, fornece tantas benesses quanto a maçã, sua parceira na salada de frutas. Por ser leve, pode ser consumida à noite sem problemas. “A pera contém grandes quantidades de carboidrato, vitamina C, ferro e potássio. É uma das frutas mais ricas em pectina, fibra solúvel que auxilia muito no funcionamento intestinal”, explica Paula. Você pode consumi-la picadinha e com uma colher de amaranto em flocos. “O amaranto é um dos cereais mais completos. Com pera, o lanche oferece o aporte ideal de nutrientes para o atleta treinar.” – Foto: IStock
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MIX DE NUTS E FRUTAS SECAS: Um lanchinho compacto que você pode levar para qualquer lugar, no caso de sair do trabalho direto para o treino. Esse mix, começando pela amêndoa, é fonte de gorduras do bem e de proteínas, e abundante em manganês, cobre e riboflavina, um trio que ajuda a oferecer mais energia para o corpo. O damasco, por sua vez, ajuda no bom funcionamento do intestino devido ao seu alto teor de fibras. Enquanto a castanha de caju conta com magnésio, importantíssimo para manter o organismo em ordem. Sem falar nas gorduras monoinsaturadas e poli-insaturadas, que ajudam no controle do bom colesterol. A dica é: aposte no lanchinho com moderação, pois as oleaginosas são bastante calóricas. – Foto: IStock
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SUCO DE MELANCIA COM BETERRABA: A melancia contém potássio, magnésio e antioxidantes. Sua dupla nesta receita, a beterraba, não fica atrás. “Ela tem óxido nítrico em sua composição, que favorece a vasodilatação das artérias, aumentando a circulação de sangue e melhorando o desempenho físico. Isso além do zinco, que é essencial para o sistema imunológico, e das vitaminas do complexo B, nutriente que integra o processo de formação dos glóbulos vermelhos e as reações químicas que fornecem energia para as células”, detalha a nutricionista. Estudos já apontaram o óxido nítrico presente na beterraba como o responsável pela melhora do desempenho esportivo. Outro estudo indicou que homens que consumiram suco de beterraba foram capazes de realizar exercícios por mais tempo, devido aos efeitos vasodilatadores dos nitratos. – Foto: IStock