As atividades físicas em geral são conhecidas como um dos mais eficientes métodos de reabilitação. Além dos inúmeros benefícios físicos, os esportes podem proporcionar sociabilidade e satisfação emocional, oferecendo novas oportunidades e formas de adaptação.
Os benefícios da corrida e o seu número cada vez maior de adeptos não são novidade, mas a prática também tem atraído portadores de deficiência e desenvolvido novos métodos de ensino para atender à diferentes necessidades.
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Segundo o educador físico Emerson Vilela, a corrida só não é recomendada em casos de disfunções cardíacas, mas do contrário, pode ser benéfica em inúmeros casos. Para portadores de deficiência nos membros inferiores, existem cadeiras de rodas adaptadas especificamente para a prática de atividades físicas. Em casos de amputação, há próteses próprias para corrida. Os deficientes visuais também não têm restrição: com um “atleta guia” para correr ao seu lado em treinos e competições, a prática do esporte é completamente segura e positiva.
Já em casos de deficiências mentais, como autismo e Síndrome de Down, o cuidado com a saúde cardíaca e acompanhamento médico e psicológico deve ser redobrado. “Deficientes mentais podem se tornar corredores de longa distância, porém deve-se tomar cuidados extremos com a saúde cardíaca. Principalmente com portadores de Síndrome de Down, que predominantemente são diagnosticados com problemas no coração”, explica Emerson.
Uma vez que o portador tenha autorização médica para a prática, os benefícios e resultados podem aparecer rapidamente: fortalecimento dos membros superiores ou inferiores, aumento da resistência cardiovascular, bem estar e socialização.
Além da saúde física
Como qualquer esporte, a corrida faz com que a endorfina, hormônio que proporciona a sensação de bem estar, seja liberada e auxilie no estado cognitivo do praticante. O esporte também pode promover sociabilidade por meio do trabalho em equipe e fazer com que o atleta recupere a autoconfiança.
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O esporte deve ser introduzido na vida de portadores de deficiência por meio de amigos e familiares que praticam regularmente ou têm algum histórico com a corrida. “Com muita calma e paciência, deve-se apresentar a corrida e aos poucos ir intensificando”, aconselha o educador físico.
O acompanhamento médico é obrigatório em qualquer caso, tanto para indicar a frequência e ritmo dos treinos como para alertar sobre possíveis restrições. Muitos grupos de corrida são voltados especialmente para portadores de necessidades especiais, oferecendo orientações e suporte para os treinos.
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O esporte tem o poder de promover superação e olhares diferentes sobre a realidade de cada um. Exercitar-se com paixão não pode trazer nada que não seja positivo para qualquer pessoa.
Benefícios e restrições em diferentes casos
Deficientes Visuais
Benefícios: condicionamento físico geral, fortalecimento dos MMII (membros inferiores), sociabilidade, trabalho em equipe (dupla – guia), satisfação emocional.
Restrições: prática em terrenos acidentados.
Cadeirantes
Benefícios: condicionamento físico geral, fortalecimento dos MMSS (membros superiores), sociabilidade, satisfação emocional.
Restrições: prática em terrenos acidentados.
Autismo
Benefícios: condicionamento físico geral, fortalecimento dos MMII, socialização.
Restrições: ambientes separados por sexo, necessidade de um acompanhante.
Síndrome de Down
Benefícios: condicionamento físico geral, fortalecimento dos MMII, socialização, melhora gradual do sistema cardiovascular.
Restrições: longas distâncias.