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Surf: fisioterapeuta explica lesão sofrida por Gabriel Medina

O tricampeão mundial de surf sofreu uma lesão no ligamento do joelho. Especialista dá dicas para evitar problemas no esporte

Lesões no surf: fisioterapeuta explica lesão sofrida por Gabriel Medina
Lesões no surf: fisioterapeuta explica lesão sofrida por Gabriel Medina / Reprodução: Instagram (@gabrielmedina)

O Brasil possui 3,7 milhões de praticantes de surf, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Surf (Ibrasurf). São quase 4 milhões de pessoas sujeitas a lesões comuns da modalidade, como o tricampeão mundial da ASP World Tour (2014, 2018 e 2021), Gabriel Medina.

Recentemente, Medina sofreu uma lesão no ligamento do joelho esquerdo e ficou de fora do Circuito Mundial de Surf, realizado em Saquarema, no Rio de Janeiro. Mas não é porque ele é um atleta profissional que se expõe a lesões. Os surfistas amadores também precisam tomar cuidado com fraturas e machucados.

Como evitar lesões no surf

A fisioterapeuta e ex-atleta profissional Walkyria Fernandes explica a importância de trabalhar a mobilidade e fortalecer a musculatura, a fim de diminuir a possibilidade de lesões no surf. Ela explica que o esporte requer bastante equilíbrio e, para isso, o corpo humano usa uma capacidade sensorial, chamada propriocepção. Que é quando o nosso corpo avalia qual posição é a melhor para evitar quedas. Mesmo que o corpo tenha essa percepção sozinho, é preciso tomar cuidado.

“Por exemplo, uma pessoa que vira o pé ou o joelho, fazendo surf ou outro esporte. Isso pode gerar um estiramento ou até um rompimento do ligamento. No caso do Medina, ele mesmo postou nas suas redes sociais que teve uma lesão do ligamento colateral medial do joelho esquerdo grau 2 para 3, ou seja, ruptura parcial do ligamento. Quando a entorse acontece e há uma lesão do ligamento, perde-se essa proteção do corpo, que nós chamamos de propriocepção”, descreve a especialista.

A profissional destaca a importância de ter cuidado com as quedas, que são comuns no esporte. “Quem está começando não tem muita noção da onda. Não sabe se a onda vai quebrar na pessoa ou se vai quebrar depois, é muito fácil levar caldo. E quando a pessoa leva caldo, ela pode cair de mau jeito e se machucar”, alerta.

Além disso, Walkyria recomenda treinar a mobilidade na região da lombar e da pelve, o que também pode ajudar no equilíbrio. “Para subir na prancha, o praticante faz uma hiperextensão da coluna lombar, isso acontece quando a pessoa está deitada na prancha, ela tem que esticar os braços para levantar o tronco e se preparar para ficar em pé na onda. Então, quando ela faz esse movimento, ela precisa ter mobilidade na região lombar e na pelve. Se a pessoa não tiver, será mais difícil de fazer esse movimento e consequentemente de ficar em pé na prancha para surfar”, explica a fisioterapeuta.

Há ainda outras regiões do corpo que merecem atenção, em especial músculos do peito, braços, costas, glúteos e panturrilha. Essas áreas, além do pescoço, por exemplo, precisam ser fortalecidas. A especialista cita a extensão cervical (quando a pessoa está na prancha deitada e olha para cima para ver se vem uma onda), uma manobra que pode sobrecarregar a região do pescoço. 

“Assim como na hora que é preciso remar para chegar até a onda, são várias braçadas. Por isso, é importante estar com o corpo o mais íntegro possível, com a mobilidade legal e com a musculatura fortalecida, com isso as chances de se machucar serão menores”, esclarece Walkyria.

Caso Medina: como é o tratamento e a recuperação

A fisioterapeuta ainda comenta qual é o tratamento mais adequado para as pessoas que sofrem uma lesão como a de Gabriel Medina. “É indicado repouso, crioterapia, a fim de diminuir o processo inflamatório e evitar que aumente o edema local e diminuir a dor, e exercícios de isometria, para ativar a musculatura da coxa sem movimentar o joelho”, esclarece a especialista. Como exemplo, ela cita o exercício de elevação do membro inferior estendido.

Walkyria explica que a recuperação é um trabalho progressivo de aumento de carga e de fortalecimento. “É preciso respeitar a cicatrização ligamentar e ir aos poucos trabalhando propriocepção e treinos de mudança de movimento. Como ele mesmo colocou nas redes sociais, daqui duas semanas vão reavaliar para confirmar a gravidade da lesão, se for mesmo uma lesão grau 2, ruptura parcial do ligamento, o tratamento é totalmente conservador com fisioterapia. É provável que em seis semanas ele esteja reabilitado”, finaliza.

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