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Vai começar o Brasileirão!

Mesmo sob ameaças e cheio de problemas, o principal torneio de futebol do país consegue manter seu brilho

Crédito: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians
Crédito: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

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O Brasileirão por pontos corridos chega à sua 14ª edição. A manutenção do sistema de disputa aumentou significativamente o prestígio da competição, embora a média de público seja ainda um grande problema e distante de boa parte dos campeonatos europeus. Mas o sistema parece ser irreversível, mesmo com vozes que defendem a volta de um regulamento que proporcione uma grande final entre dois clubes ou uma fase de mata-matas. Porém, é bom lembrar que já existe uma competição com um regulamento desse estilo, a Copa do Brasil, cuja média de público na maioria das edições ficou próxima da metade das obtidas no Brasileirão atual.

Portanto, não é o regulamento que leva as torcidas aos estádios. É preciso muito mais trabalho na organização do torneio para encher as arquibancadas. A segurança em grandes jogos é um problema que assusta. O baixo poder de investimento dos clubes também diminui o interesse. Não é preciso muito para constatar que todos os campeões dos últimos anos tiveram seus elencos desmontados pela incapacidade das agremiações em manter seus craques, atraídos por salários infinitamente maiores em outros países.

Para piorar, se antes eram os europeus, japoneses e coreanos que levavam nossos craques – muitos sem sequer vestirem as camisas de nossos times – agora há um novo “inimigo” nesse quesito: os chineses. O Corinthians, campeão de 2015, que o diga. Perdeu suas principais peças para o mercado da China. Tudo bem que a economia daquele país é significativamente maior que a nossa, mas nossos clubes não terem como concorrer com os de uma nação que até recentemente era uma nulidade no futebol é mais um sinal de fraqueza. Passou da hora de nossos dirigentes repensarem conceitos e buscarem soluções para esse problema. Não dá mais para comemorar o título em um ano e começar o seguinte sob incertezas.

Balança regional

Em campo, o Brasileirão 2016 terá uma cara um tanto diferente da edição passada. O “batalhão catarino” foi reduzido pela metade com as quedas do Avaí e do Joinville, enquanto o Nordeste ganhou mais dois representantes: Vitória e Santa Cruz, que se juntarão ao Sport como representantes da região. Com isso, geograficamente a balança ficou um pouco mais equilibrada, apesar de o Centro-Oeste e o Norte não terem nenhum representante.

O Rio de Janeiro mais uma vez terá apenas três de seus quatro gigantes em campo, se o Fogão voltou, o Vascão caiu. Os mineiros, com a volta do América, se igualaram aos cariocas, enquanto os paulistas, com os mesmos cinco representantes do ano passado, permanecem absolutos.

Legião gringa

Mas os novos representantes nordestinos não mudarão o sotaque do torneio quanto à verdadeira invasão de estrangeiros, a maioria de sul-americanos. Embora as inscrições estejam longe de serem encerradas, praticamente todos os times terão pelo menos um atleta de outro país no seu elenco. O Cruzeiro é candidato a ser o “campeão” neste quesito, com seis jogadores. São Paulo e Flamengo, por enquanto, com cinco estrangeiros em seus elencos cada, também apostam em “hermanos”. O tricolor ainda deve ter o questionado argentino Edgardo Bauza no comando técnico.

Além das questões financeiras e técnicas, a “invasão” também pode ser creditada à mudança no limite de jogadores estrangeiros em campo permitido pelo regulamento. Até 2013, era de três, mas agora é de cinco.

Por outro lado, nem todos conseguem sucesso. No ano passado, mais de 40 craques de outras nacionalidades foram inscritos, mas pouco mais de uma dezena deles eram titulares em suas respectivas equipes. Se há casos como os Lucas Pratto, Guerrero e D’Alessandro (que foi embora) que se tornaram ídolos, há também aqueles que vieram apenas “esquentar banco”.

 

Calendário louco

E falando em estrangeiros, os clubes que apostarem neles poderão ter uma pequena (ou grande, de acordo com a dependência que tiverem) dor de cabeça no mês de junho, quando será realizada a Copa América do Centenário, nos EUA. A CBF já anunciou que o Brasileirão não vai parar durante a disputa do torneio de seleções. Com isso, os craques convocados são desfalques certos no período, durante o qual está prevista a realização de seis rodadas da competição nacional.

O prejuízo pode ser grande e aumentar durante os Jogos Olímpicos, que serão disputados no Rio de Janeiro de 3 a 21 de agosto, sem que haja paralisação do Brasileiro. Serão mais cinco rodadas sem os craques eventualmente convocados. Os clubes cariocas ainda sofrerão com a perda do Maracanã e do Engenhão, seus dois principais estádios que só serão liberados após os Jogos Olímpicos.

E há ainda as Eliminatórias, que apesar da promessa da CBF em não prejudicar os clubes, sempre complica pelo fato de haver rodadas previstas em datas muito próximas aos confrontos na luta por vagas na Copa do Mundo. Como se não bastasse, as temidas janelas de transferências na pré-temporada europeia, que na maioria dos países acontece entre julho e agosto, pode tirar jogadores dos clubes brasileiros, sempre com os cofres deficitários.

Aliás, a necessidade de reforçar o caixa criou uma outra novidade para esse ano: os jogos aos domingos pela manhã, uma experiência iniciada no ano passado e que agradou o setor de contabilidade dos clubes, devem acontecer em maior número neste ano. Quem não gosta muito disso são os atletas, preparadores físicos e fisiologistas, devido ao grande desgaste de uma partida sob o sol do meio-dia no calor brasileiro.

 

Faça suas apostas

Apontar favoritos antes da bola rolar é como dar tiros no escuro, mas não há como negar que algumas equipes saem na frente, seja em termos de preparação, estrutura ou poder de investimento. O atual campeão Corinthians, apesar de ter perdido boa parte do elenco campeão, é o único que manteve seu treinador e mostrou um padrão parecido com o do ano passado no início de temporada, por isso, se mantém no bloco dos candidatos ao título. Mas terá concorrentes fortes, entre eles, o Atlético-MG, vice de 2015, que não só manteve a base como se reforçou.

Em relação a investimentos, Flamengo e Palmeiras abriram os cofres e montaram elencos com grande potencial. Correndo por fora, o Cruzeiro, bicampeão em 2013 e 2014, tem tudo para largar bem, já que, fora da Libertadores, se dedicou quase exclusivamente na montagem de um time para o Brasileirão. As chances de um desses cinco ser o campeão são grandes, mas no campo da incógnita estão São Paulo, Santos, Inter e Grêmio, que podem surpreender, especialmente se conseguires preencher carências apresentadas no início deste ano.

Dos 12 times considerados “grandes” (na verdade, todos os 20 poderiam ser assim chamados), Botafogo e Fluminense podem ser apontados como “azarões”, ao mesmo tempo em que se não abrirem o olho lutarão na parte debaixo da tabela. O Vasco teve a amarga experiência de não acreditar nessa possibilidade no ano passado e deu no que deu.

No bloco intermediário, Sport, Coritiba, Figueirense, Ponte Preta e Chapecoense devem dar muito trabalho. Nesse grupo pode surgir a grande surpresa da competição, mas não se assuste se o Atlético-PR crescer e brigar na parte de cima.

A turma que chegou da Série B, ou melhor, retornou, pois todos já estiveram na elite, Santa Cruz e Vitória contarão com a força das arquibancadas para evitar uma nova queda, enquanto, pelo menos em relação aos investimentos, o América-MG poderia ser considerado candidato ao rebaixamento, mas não é bem assim. O Coelho vem de duas grandes temporadas seguidas na Série B, quando ninguém acreditava nele. Só não subiu em 2014 por ter perdido pontos no tapetão e por pouco não foi campeão no ano passado.

Por tudo isso, mesmo com todas as críticas, problemas financeiros, crises, calendário ruim, etc, poucos campeonatos no mundo têm um apelo tão grande e possibilidades tão amplas como o Brasileirão. E esta edição pinta como uma das mais equilibradas dos últimos anos.

 

Lisura

E apesar de se tratar “apenas de futebol”, não se pode esquecer que o Brasil passa por um dos momentos políticos mais conturbados de sua história. Aliás, as entidades futebolísticas nacionais e mundiais também estão atoladas até o pescoço em negociatas ilícitas. Até onde esses fatos poderão afetar o esporte mais popular do país ainda não está muito claro. Só nos resta torcer para que tenhamos um torneio que privilegie o talento de nossos craques, com arbitragens imparciais e que possa consagrar um campeão incontestável, além de rebaixados que aceitem o mal desempenho e deixem para reconquistar suas vagas na elite dentro de campo. Ou seja, respeitem-se as regras. Que se abram as cortinas e comece o espetáculo!

 

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