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O campeão do triatlo

Alexandre Ribeiro é uma lenda do esporte que desafia os limites do corpo

Aos 48 anos, o curitibano Alexandre Ribeiro é o que os mais novos costumam chamar de coroa. Mas não se engane pela aparência frágil, cerca de 70 kg distribuídos em 1,80 m, corpo seco de quem tem menos de 10% de gordura (quando se sabe que um homem normal tem cerca de 20%). O cara é duro na queda, ou melhor, no asfalto e na água. É um dos melhores triatletas que o Brasil já produziu, seis vezes campeão do Ultraman do Havaí, uma das mais insanas e duras provas de triatlo do mundo. Na Grécia antiga, ele seria um semideus, um imortal da mitologia capaz de enfrentar as mais terríveis provações. E não é exagero.

+ Histórias inspiradoras de quem corre

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Submeter-se ao Ultraman, ainda mais mantendo um padrão de excelência, é tarefa para poucos corajosos. São três dias de competição no Havaí (EUA). A prova compreende, por exemplo, mais de 250 km de ciclismo e 84 km de corrida em um único dia (o equivalente a duas maratonas). Vence o atleta com melhor rendimento nadando, correndo e pedalando distâncias absurdas (leia em Por dentro do Ultraman). De nove participações na prova, Alexandre venceu seis. Ninguém ganhou mais que ele. A última vitória foi em 2012. O primeiro título foi conquistado em 2003. No ano seguinte, repetiu a dose. Voltou a vencer em 2008, 2009 e 2011. Na última edição da prova, em 2013, ficou em segundo lugar, perdendo a disputa para o esloveno Miro Kregar.

MOVIDO A DESAFIOS

A história de Alexandre no esporte se confunde com a trajetória do triatlo no Brasil. Aos 17 anos, ele foi um dos primeiros a enfrentar essa modalidade recém-chegada ao país. Não é coincidência, portanto, que ele possua os mesmos 30 anos de carreira que a modalidade tem desde que desembarcou por aqui.

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Aos 8 anos, já corria uns 8 km na areia fofa da praia com o pai. Gostava também de futebol e se empolgava com as histórias de superação de atletas como o checo Emil Zátopek, corredor de longa distância, vencedor de três medalhas de ouro na Olimpíada de 1952, na Finlândia, e primeiro homem a correr os 10 km abaixo de 29 min. Na infância, fazia parte da equipe de atletismo do Flamengo, apesar de ser torcedor do rival Fluminense. Corria, praticava salto em distância e em altura. Com 10 anos, foi inscrito nos 10 km de um campeonato adulto apenas para ajudar o Flamengo a pontuar, já que o clube não tinha nenhum representante nessa prova. Competindo com homens feitos, Alexandre surpreendeu a todos por não ter sido o último colocado. Além de completar a prova, chegou à frente de pelo menos um corredor.

Apesar de inúmeras provas conquistadas, a perder de vista ao longo de sua carreira, e de ser o grande astro do Ultraman, ele se sente meio frustrado por não ter ficado no top 10 do Ironman, que disputou doze vezes, ainda que tenha sido o brasileiro com melhor tempo na história da competição – ele fez a prova em 8 horas e 49 minutos, em 1993. Mas nada disso é capaz de tirar o seu sossego e paz de espírito.

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Ele também dá palestras para o mais variado público sobre motivação e superação, temas que conhece bem e que sempre permearam sua trajetória. Se pudesse mudar, Alexandre gostaria de relaxar mais. O que não significa que ele não faça isso de vez em quando. Nas horas de lazer, gosta de ira à praia, conhecer alguma cachoeira, ficar em contato com a natureza. O seu maior prazer é ver os filhos crescerem felizes e saudáveis. “Na minha casa só entra comida boa”, revela. “Eu, por exemplo, nunca gostei de doce. O meu maior pecado é tomar pelo menos quatro latinhas de cerveja antes de dormir, hábito que tenho cultivado ultimamente, já que me permitia fazer isso só nos fins de semana”. Mas o atleta tem crédito e merecimento de sobra. Disso também ninguém duvida.

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